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CarrisTur cede a exigências dos trabalhadores, que desconvocam greve

Depois de um longo período de luta, com várias greves e concentrações a marcar os últimos meses, a empresa teve de aceitar várias das reivindicações destes profissionais. Inicia-se um novo período de negociação.

Continua suspenso o Contrato Colectivo de Trabalho Vertical dos trabalhadores da CarrisTur
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A greve estava convocada para o dia 2 de Novembro, no mesmo dia a que seria dado início a um período de 30 dias de greve a todo o trabalho extraordinário. O pagamento da actualização, com retroactivos a partir de Janeiro de 2020, dos valores das anuidades e diuturnidades, no cumprimento do que está estabelecido no acordo de empresa (AE), veio alterar a situação.

Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN) regista a «evolução positiva da gerência da CarrisTur», relembrando que esta só se «deve à firmeza e coragem demonstrada pelos trabalhadores que aderiram às últimas duas greves e se preparavam para mais uma jornada de luta».

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«Pequenos passos positivos» não impedem greve

Reunidos em plenário na Praça do Município, em Lisboa, os trabalhadores da CarrisTur decidiram dar continuidade à sua luta com uma nova greve, a realizar no dia 2 de Novembro.

Com esta greve os trabalhadores pretendem continuar o protesto contra a redução de salários
CréditosMichael Day / CC BY-NC 2.0

«Resultado directo da firmeza e coragem dos trabalhadores», a administração da CarrisTur, empresa de mobilidade turística de âmbito nacional, viu-se forçada a ceder algumas das reivindicações dos funcionários, entre elas, a inclusão das actividades complementares e das prestações de contas no horário de trabalho.

As propostas da administração surgiram apenas dias antes da greve realizada a 15 de Outubro, algumas semanas depois da greve de dia 24 de Setembro, numa tentativa de que os trabalhadores suspendessem a convocatória da nova acção de luta. 

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Está para durar a luta na Carristur e na STCP 

Os trabalhadores da Carristur vão realizar um plenário em frente à Câmara Municipal de Lisboa, no dia 15 de Outubro. Na STCP haverá greve às últimas horas a partir do próximo dia 9. 

Continua suspenso o Contrato Colectivo de Trabalho Vertical dos trabalhadores da CarrisTur
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A decisão de realizar um plenário foi tomada na passada sexta-feira, dia em que os trabalhadores da Carristur «foram confrontados com a ilegalidade da administração de substituir trabalhadores em greve», denuncia a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).

A paralisação de 24 de Setembro teve origem na «falta de resposta a um conjunto de problemas» por parte da administração, entre os quais está o tempo de deslocação e prestação de contas inserido no horário de trabalho diário normal. 

O cumprimento do estabelecido quanto à obrigação de proceder à avaliação semestral de desempenho a todos os trabalhadores e o respeito pela definição de funções dos trabalhadores e contra a «imposição arbitrária» do regime de «dispensa», sem o pagamento do subsídio de refeição, são outras reivindicações dos funcionários da Carristur. 

O aumento dos salários e melhores condições de trabalho são também algumas das reivindicações ouvidas a Norte. Após seis dias de greve com «elevadas adesões» na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN/CGTP-IN) vai avançar com novo pré-aviso de greve às últimas quatro horas da jornada diária de trabalho a partir das 0h de 9 de Outubro até às 24h do dia 31 de Dezembro.

O STRUN lamenta a «chantagem» exercida pelo Conselho de Administração quanto à suspensão da aplicação de descansos fixos ao sábado», que «já vinha a ser feita desde o primeiro trimestre, conforme o acordado em Fevereiro». Mas informa que serão activados «os meios inspectivos e judiciais». 

Ainda a propósito do pré-aviso de greve, a estrutura sindical denuncia que já foi chamada à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para discutir serviços mínimos, «algo que nunca aconteceu em greves parciais».  

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Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), considera que algumas das respostas avançadas antes da greve foram positivas, mas que ainda há muitas matérias por resolver. «Para além da disponibilidade do sindicato para as reuniões directas com a administração, foram solicitadas reuniões com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e restantes forças políticas que integram o novo executivo», procurando dar resposta às exigências colocadas pelos trabalhadores.

Entre as reivindicações definidas pelos trabalhadores em plenário, realizado durante o período de greve, está a «integração no horário de trabalho diário do tempo de deslocação, quando os trabalhadores terminam em local diferente daquele em que iniciaram» e o «pagamento do preço/hora, em vigor na Carris, a todos os trabalhadores da CarrisTur que foram escalados para prestar serviço público, com os respectivos retroactivos».

Também a «readmissão de todos os trabalhadores a quem, no decurso desta pandemia, não foram renovados os contratos», é tida como uma das exigências fundamentais para que estes profissionais equacionam suspender o seu processo de luta. A contratação de empresas de trabalho temporário, que cumprem funções de trabalho efectivo, representa a perpetuação da precariedade na empresa.

Para além da nova greve, a realizar no dia 2 de Novembro, os trabalhadores da CarrisTur farão também greve a todo o trabalho extraordinário.

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Já antes a CarrisTur tinha cedido nas actividades complementares e a prestação de contas, que passam a estar incluídas no horário de trabalho, no pagamento do abono para falhas aos trabalhadores que efectuaram no serviço do elevador de Sta. Justa e a «todos os trabalhadores que se encontrem a desempenhar funções de promoção e venda de bilhetes». Também as avaliações de desempenho de 2019 foram retomadas, assim como foi dado início ao processo das de 2020.

«Perante esta evolução, foi entendimento da estrutura sindical do STRUP na CarrisTur, tidas em conta as opiniões dos trabalhadores, que se deveria retirar o pré-aviso de greve e dar um sinal de boa-fé, até num quadro em que se irá despoletar o processo de negociação de revisão do AE, para através do diálogo se resolverem as questões» ainda por resolver.

Vincando que ainda é indispensável readmitir «todos os trabalhadores a quem, no decurso desta pandemia, não foram renovados os contratos, terminando com a contratação de empresas de trabalho temporário», e a valorização salarial, o STRUP promete manter-se atento ao «compromisso de, até ao final do ano, a gerência da CarrisTur, cumprir o assumido».

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