A anterior decisão, que mereceu o repúdio do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) e que motivou a concentração em frente ao Ministério da Saúde a 1 de Julho, apenas permitia a contratação de enfermeiros que já tivessem uma relação laboral com o SNS.
No entanto, o sindicato lembra, em comunicado, que o objetivo de aumentar o número de cidadãos vacinados está a recair, maioritariamente, sobre os enfermeiros dos cuidados de saúde primários, implicando horários de trabalho que chegam a ser de 14 horas diárias.
Nesse sentido, o SEP exige a contratação de enfermeiros e, desde já, a contratação dos cerca de três mil jovens enfermeiros que durante o mês de Julho terminam a licenciatura em enfermagem.
O sindicato reivindica ainda que os enfermeiros possam gozar o direito a férias e que se mantenha em vigor o acréscimo de 50% sobre o trabalho extraordinário efectuado.
Enfermeiros garantem sucesso da vacinação
A vacinação veio exigir ainda mais destes profissionais de saúde, sem que houvesse a necessária e urgente contratação, refere o sindicato em nota. A actividade assistencial dos cuidados de saúde primários está comprometida há vários meses e agora agravada com o aumento do ritmo de vacinação, lembra a organização sindical.
Acresce que, esta semana, os enfermeiros foram informados, com antecedência de um dia, que o horário iria ser alargado das 8h às 22h e que iriam passar a trabalhar também ao domingo.
Os enfermeiros consideram este acréscimo de trabalho, sem reforço das equipas, como um desrespeito pelo empenho que têm tido, e alertam para o facto de estarem no limiar da sua capacidade de respostas e «à beira da exaustão».
Os recentes relatos nos centros de vacinação tornam clara a desorganização no agendamento da vacinação, há muito denunciada por estes profissionais às entidades competentes. Esta metodologia está a provocar «sobrelotação, filas de espera, impaciência e atritos nos utentes, tendo sido necessário solicitar a intervenção das forças de segurança para proteger os profissionais».
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