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Adesão à greve dos trabalhadores da TST ultrapassa os 90%

Os trabalhadores dos Transportes Sul do Tejo (TST) cumprem esta segunda-feira o último dia de uma greve de 48 horas, por aumentos salariais, que contou ainda com uma manifestação pelas ruas de Almada.

Manifestação dos trabalhadores dos TST em Almada, 20 de Maio de 2019
Manifestação dos trabalhadores dos TST em Almada, 20 de Maio de 2019Créditos / União de Sindicatos de Setúbal

No seguimento das decisões tomadas em plenário, no final da greve passada de Abril, os trabalhadores dos TST manifestaram-se hoje pelas ruas de Almada até à sede do Munícipio, numa acção integrada na greve de 48 horas que teve início ontem.

A paralisação nesta empresa de transporte público de passageiros, detida pelo grupo alemão Arriva, dá continuidade aos protestos de Março e Abril. Os trabalhadores afirmam que «estão cansados» da intransigência da administração perante as suas reivindicações e realçam que têm os salários do sector mais baixos da região.

«Nesta manhã, a greve está a ter uma adesão de 90% a 95%. Estão meia dúzia de autocarros a funcionar com trabalhadores contratados a prazo que estão numa situação de fragilidade e, apesar de gostarem de estar junto dos seus camaradas, perante a sua situação profissional não arriscaram», afirmou à Lusa João Saúde, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).

Segundo o dirigente, a elevada participação dos trabalhadores fez com que nesta manhã «não tenha sido efectuada nenhuma carreira [de autocarros] entre Setúbal e Lisboa», além de ter tido um «grande impacto» em todas as áreas em que a TST opera na península de Setúbal.

Presente no protesto em solidariedade com os trabalhadores esteve João Pimenta Lopes, deputado e candidato da CDU ao Parlamento Europeu, que denunciou que os motivos do protesto não estão desligados das políticas da União Europeia, que tem «promovido a liberalização e incentivado privatizações nos transportes, com consequências negativas na oferta de serviço e nas condições de trabalho».

O deputado denunciou ainda «o aumento da exploração e da precariedade» sobre os trabalhadores, através do «pacote de mobilidade e a recente directiva de regulação do transporte rodoviário de passageiros, que visam aprofundar o ataque aos direitos dos trabalhadores e a entrada das multinacionais no transporte rodoviário nacional», neste caso da Arriva.

Entre as reivindicações, os trabalhadores dos TST exigem 750 euros de tabela salarial, 15 euros de diuturnidades e oito euros de subsídio de refeição, assim como a integração do agente único na tabela, a eliminação das pausas técnicas e a integração das folgas rotativas para todos, sem prejuízo das folgas fixas.

Com Lusa

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