No seguimento das decisões tomadas em plenário, no final da greve passada de Abril, os trabalhadores dos TST manifestaram-se hoje pelas ruas de Almada até à sede do Munícipio, numa acção integrada na greve de 48 horas que teve início ontem.
A paralisação nesta empresa de transporte público de passageiros, detida pelo grupo alemão Arriva, dá continuidade aos protestos de Março e Abril. Os trabalhadores afirmam que «estão cansados» da intransigência da administração perante as suas reivindicações e realçam que têm os salários do sector mais baixos da região.
«Nesta manhã, a greve está a ter uma adesão de 90% a 95%. Estão meia dúzia de autocarros a funcionar com trabalhadores contratados a prazo que estão numa situação de fragilidade e, apesar de gostarem de estar junto dos seus camaradas, perante a sua situação profissional não arriscaram», afirmou à Lusa João Saúde, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).
Segundo o dirigente, a elevada participação dos trabalhadores fez com que nesta manhã «não tenha sido efectuada nenhuma carreira [de autocarros] entre Setúbal e Lisboa», além de ter tido um «grande impacto» em todas as áreas em que a TST opera na península de Setúbal.
Presente no protesto em solidariedade com os trabalhadores esteve João Pimenta Lopes, deputado e candidato da CDU ao Parlamento Europeu, que denunciou que os motivos do protesto não estão desligados das políticas da União Europeia, que tem «promovido a liberalização e incentivado privatizações nos transportes, com consequências negativas na oferta de serviço e nas condições de trabalho».
O deputado denunciou ainda «o aumento da exploração e da precariedade» sobre os trabalhadores, através do «pacote de mobilidade e a recente directiva de regulação do transporte rodoviário de passageiros, que visam aprofundar o ataque aos direitos dos trabalhadores e a entrada das multinacionais no transporte rodoviário nacional», neste caso da Arriva.
Entre as reivindicações, os trabalhadores dos TST exigem 750 euros de tabela salarial, 15 euros de diuturnidades e oito euros de subsídio de refeição, assim como a integração do agente único na tabela, a eliminação das pausas técnicas e a integração das folgas rotativas para todos, sem prejuízo das folgas fixas.
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