A defesa da saúde pública e a denúncia da gestão do PP à frente da Junta da Andaluzia marcaram a jornada de mobilização deste domingo em todo o território do Sul de Espanha, convocada pela plataforma Marea Blanca – que reúne utentes e profissionais de saúde – e as centrais sindicais CCOO e UGT.
No manifesto associado ao protesto, declarou-se que o sistema de saúde da Andaluzia atravessa uma «grave crise», marcada por «uma deterioração generalizada e planeada», que se manifesta em «escândalos como os erros no programa de rastreio do cancro da mama, com graves consequências para muitas mulheres».
Para os organizadores, este «escândalo» não é mais que «a ponta do icebergue do declínio do sistema público de saúde da Andaluzia», que exemplifica «o fracasso da política de saúde do governo andaluz».
Na manifestação que teve lugar em Málaga, ouviram-se palavras de ordem contra a privatização do sector e em defesa de mais contratações e «menos contratos-lixo», ou a declarar que «a saúde não é um negócio».
Representantes do PSOE e da Esquerda Unida (IU) compareceram na marcha malaguenha, tendo destacado que a situação de «colapso da saúde» na província é «a pior de toda a Andaluzia».
Citado por La Opinión de Málaga, um dirigente local do PSOE sublinhou que melhor defesa da saúde pública na província passa por tirá-la das mãos do PP, tendo-se referido a listas de espera «desesperantes», as «piores de sempre», ao cabo de quase sete anos de governo de Juanma Moreno na Andaluzia.
O actual executivo andaluz foi também criticado por destinar «centenas de milhões de euros à saúde privada», usando como desculpa a necessidade de reduzir as listas de espera, e provocando a «deterioração deliberada da saúde pública».
Participaram igualmente na manifestação, que consideraram «histórica», diversos representantes da IU, incluindo o coordenador geral na Andaluzia, Toni Valero.
Para além de expressarem a oposição frontal à «privatização» do sistema de saúde no território, congratularam-se com a grande resposta dada pelos trabalhadores nas ruas.
Um clamor em toda a Andaluzia
Nas várias capitais de província, a resposta ao apelo de mobilização foi enorme. Só em Sevilha, cerca de 20 mil pessoas manifestaram-se sob o lema «Recuperar a saúde pública andaluza. A nossa saúde não é a vossa mercadoria».
Também se registaram grandes mobilizações em cidades como Córdova e Granada, com milhares de pessoas a exigirem uma «saúde pública de qualidade» e a gritarem palavras de ordem contra Juanma Moreno e contra o negócio da saúde.
Em Almeria, os manifestantes alertaram para a «grave crise» no sector na província, que dizem decorrer, entre outros motivos, de financiamento insuficiente. Neste contexto, lembraram que há profissionais a menos e que 61% dos menores não têm ali pediatra atribuído.
Em Cádis, milhares de pessoas vieram para a rua denunciar a destruição deliberada do sistema público de saúde. A este propósito, Inma Nieto (IU) exigiu que as verbas que o actual governo regional destina às clínicas privadas regressem ao Serviço Andaluz de Saúde.
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