Francisco Pinto Balsemão iniciou a sua actividade política em 1969, ao ser eleito deputado à Assembleia Nacional fascista, numas eleições em que Marcelo Caetano elegeu a totalidade dos 130 deputados e o falseamento do resultado não deixou dúvidas à oposição. Pinto Balsemão demitir-se-ia do cargo em 1973, depois de ter integrado a chamada «Ala Liberal», com Magalhães Mota e Sá Carneiro, entre outros.
Após o 25 de Abril, juntamente com Magalhães Mota e Sá Carneiro, torna-se um dos fundadores do PPD (hoje PSD), partido de que era o militante número um, e do qual assumiria a presidência entre 1980 e 1983.
Pinto Balsemão exerceu também as funções de primeiro-ministro de 1981 a 1983, liderando um governo da AD, no quadro de uma situação social explosiva, com os trabalhadores de grande parte da indústria e dos transportes em greve por aumentos salariais e contratos colectivos.
O fraco crescimento da economia, a inflação galopante e tectos salariais que levavam à perda de poder de compra, aumentou a contestação ao governo de Francisco Pinto Balsemão. Assim, em 1982, o governo de Balsemão acabou por se confrontar com a primeira greve geral pós-25 de Abril, cujo resultado acabou por estilhaçar o tecto salarial imposto pelo governo, que acabaria também por meter na gaveta o «pacote laboral», ressuscitado seis anos depois por Cavaco Silva.
Na área da comunicação social, depois de ter fundado o jornal Expresso em 1973, o qual, à época, abriu uma brecha na informação fascista dominante, viria a fundar a SIC em 1982. O primeiro canal de televisão privado em Portugal assumiu-se então com uma lufada de ar fresco no panorama do pluralismo televisivo nacional, que rapidamente se esfumou.
Francisco Pinto Balsemão integrou o grupo Bilderberg, onde uma elite transnacional defende o poder das grandes potências e do grande capital, pertencendo ao seu steering committee (direcção) de 1983 a 2015 e tendo convidado para os encontros anuais do grupo «gerações de líderes do governo, da oposição e de opinião», conforme lembra o Diário de Notícias.
Em 2018, Pinto Balsemão criou um «grupo de Bilderberg à portuguesa» em Cascais, envolvendo empresários, banqueiros e milionários.
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