A redução da produção na campanha oleícola 2025/2026 e a acentuada queda dos preços do azeite pagos à produção são motivo de forte preocupação para os produtores do olival tradicional, alerta a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) num comunicado emitido esta quarta-feira.
Segundo a mesma estrutura, o preço por quilo da azeitona é actualmente 55 cêntimos, um valor que contrasta fortemente com os 1,10 euros de há três anos e os 75 cêntimos praticados em 2024. O recuo no peso pago ao produtor está. assim, a fazer soar alarmes, numa situação que é agravada pelos custos de produção cada vez mais elevados, particularmente no olival tradicional, como mão-de-obra, fertilizantes, combustíveis ou tratamentos fitossanitários.
Na leitura da CNA, «é este o resultado da total desregulação do mercado, que submete sobretudo os pequenos agricultores, que precisam de escoar a sua produção, à mercê do que os compradores estão dispostos a oferecer». O comunicado explica que existem produtores a entregar as suas azeitonas nos lagares sem saberem quanto e quando vão
receber.
A grave situação «poderá ter graves consequências na continuidade do olival tradicional», avisa a CNA. Para inverter a situação, a Confederação exige ao Governo a promoção de uma distribuição justa do valor ao longo da cadeia agro-alimentar: «a CNA reitera a urgência da adopção de uma lei que proíba que se pague aos agricultores abaixo dos
seus custos de produção e instrumentos que assegurem o cumprimento dessa lei», lê-se no comunicado.
Dada a importância do olival tradicional, a CNA defende que, de forma a valorizá-lo e atrair jovens e novos agricultores, assim como fixar os existentes, é necessário rentabilizar a produção com preços compensadores. Para que tal aconteça, a estrutura representativa dos agricultores propõe um «Plano integrado para a dinamização do olival tradicional» que promova o consumo de azeite nacional em cantinas públicas ou a inclusão, nos apoios da Política Agrícola Comum, de uma intervenção sectorial dedicada ao olival tradicional.
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