A grave situação habitacional é mais falada nos grandes centros urbanos, porém, dado o empobrecimento geral da população, em particular onde existe uma erosão do tecido económico, a realidade é também preocupante.
Beja é um desses casos. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), A taxa de desemprego na região do Alentejo (que inclui Beja) estava em 5,8% no final de 2024, e em Dezembro de 2024, o número de desempregados no concelho de Beja era de 1226 pessoas, o que aumentou para 1356 pessoas de acordo com os números referentes a Fevereiro de 2025.
A tendência crescente revela um vasto conjunto de problemas sociais adjacentes, nos quais a habitação ganha particular destaque. Seria de esperar que, neste caso, sem assumir a totalidade da resolução na medida em que esse papel deve ser do Estado central, a gestão PS pudesse ter uma palavra a dizer em Beja, no entanto demarcou-se.
Em Setembro de 2021 foi aprovada em Beja a estratégia local de habitação que contemplava a recuperação de 162 fracções de habitação social municipal, bem como a reabilitação de 60 habitações do centro histórico e de freguesias rurais. Para tal, o Executivo do PS tinha ao seu dispor o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a tal «bazuca» que poderia atenuar um problema já crónico.
Acontece que, desde 2021, a acção da maioria municipal assentou no adiar da resolução de problemas cujas consequências podem passar pela perda de 15 a 17 milhões de euros. Havendo dinheiro, várias foram as solicitações para efectivar uma política de habitação, nomeadamente na União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista onde estão localizados os maiores e mais antigos bairros sociais e que com o PRR criavam as condições para que estratégia local fosse executada. Neste caso, o Executivo PS optou por nada fazer.
Deste modo, o cenário não é o melhor para a população de Beja, uma vez que a Câmara Municipal tem que avançar e executar todos os projectos até 2026 e se, segundo o povo, «Roma e Pavia não se fizeram num dia», grandes obras públicas também não.
Esta é, de resto, uma linha de actuação do PS em Beja, no que à política de habitação diz respeito. De acordo com o Relatório de Gestão de 2024 da Câmara Municipal de Beja, estavam previstos 5 270 389 de euros para a rubrica «Habitação Serviços Colectivos - Habitação», no entanto, só uma pequena porção deste montante foi executada: 1 065 451 de euros.
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