A Direcção Distrital de Castelo Branco do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC/CGTP-IN), que integra a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), promoveu uma recolha de dados nas 21 unidades orgânicas escolares de Castelo Branco: 100% dos agrupamentos de escola e das escolas não agrupadas do distrito. Os resultados recolhidos pelo sindicato não são animadores.
61,9% das direcções escolares assinalaram uma falta de recursos humanos crónica (professores e pessoal não-docente), sendo que em 28,57% destes casos se assinala «um agravamento da situação em relação ao ano passado». «Entre os estabelecimentos que referem haver grande falta de recursos humanos, 57,14% destaca a falta de professores», acrescenta o SPRC, no comunicado enviado ao AbrilAbril.
Até 12 de Setembro, dia em que se deu início ao novo ano lectivo, faltavam 44 professores em escolas de todo o distrito. Uma situação que exige o recurso à «reserva de recrutamento e/ou ofertas de escola que estão a decorrer». Sem esta suprimento, um elevado número de alunos está condenado a ficar «sem apoios e coadjuvações», para além de aulas.
O SPRC recolheu ainda um conjunto alargado de denúncias sobre o estado a que o desinvestimento votou muitas destas escolas: o «incumprimento dos rácios de pessoal não docente», por exemplo, resulta numa «falta de acompanhamento de alunos com necessidades específicas, havendo um grande número de escolas que registam a dramática falta deste recurso», privando estes alunos do apoio necessário.
«A idade avançada do corpo docente; a dificuldade de contratação de docentes, com particular acutilância para a dificuldade em integrar os alunos imigrantes (a AE Pêro da Covilhã tem 28 nacionalidades e a Frei Heitor Pinto tem 29); insuficiência de créditos horários; más condições físicas do edificado, escolas sobrelotadas e turmas com mais alunos que o legalmente previsto», são outros dos factores negativos apontados pelas escolas.
A Fenprof convocou uma greve nacional ao sobretrabalho, componentes não-lectivas de estabelecimento e horas extraordinárias a partir de dia 16 de Setembro e sem perspectiva de fim. Esta acção de luta permite aos professores «corrigir alguns abusos nas escolas», reduzindo o «desgaste provocado por práticas injustas e assegurando melhores condições para o exercício profissional».
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