O rio desaguou. Reunidos em plenários realizados em várias regiões do país, no dia 1 de Setembro, os trabalhadores dos transportes colectivos municipais decidiram que a hora é de «luta pela reposição das carreiras e valorização salarial». Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP) destaca a passagem destes profissionais para a carreira de Assistente Operacional em 2008, empurrando-os para o Salário Mínimo Nacional (SMN).
Nesse período, em pleno Governo PS de José Sócrates, os trabalhadores dos transportes colectivos municipais perderam a sua carreira específica pela Lei 12-A. Nessa altura, o salário que auferiam (734 euros) era 63% superior ao SMN desse período (450 euros). Desassete anos depois, o salário base transformou-se no salário mínimo (870 euros).
A integração «numa suposta “carreira” de Assistente Operacional – em que foram “amassados” muitos milhares de trabalhadores, cujas profissões foram vergonhosamente desqualificadas», alterou definitivamente o paradigma desta profissão. Sem que o Governo PSD/CDS-PP tome qualquer uma das medidas propostas pelo STAL para resolver esta situação, os trabalhadores dos Transportes Colectivos Municipais de várias regiões do País vão «deslocar-se até ao Ministério das Finanças, em Lisboa, para entregar as suas reivindicações», às 12h de dia 17 de Setembro.
Até ao momento, o governo «continua sem nada decidir, insistindo numa postura de desprezo pelos trabalhadores e pelos seus direitos fundamentais, eternizando uma situação inaceitável e gravosa para quem presta um serviço essencial às populações». Foram convocadas greves em vários serviços de transporte municipais, como é o caso de Coimbra e Barreiro, para permitir que os trabalhadores se desloquem até Lisboa, a fim de participarem no plenário nacional da sede do STAL, também no dia 17.
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