A designação «Departamento da Guerra, mais do que o actual nome Departamento da Defesa, garante a paz através da força ao demonstrar a nossa capacidade e vontade de lutar e vencer guerras em nome da nossa nação, a qualquer momento, e não apenas para defender», afirma a ordem executiva assinada esta sexta-feira por Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Embora o secretário de Estado da Defesa, Pete Hegseth, tenha a autorização para, desde já, alterar a sua designação oficial para secretário de Estado da Guerra, o nome do Departamento, um dos mais importantes em toda a hierarquia do regime norte-americano, ainda não está definitivamente descartado (por muito que o actual Governo já tenha divulgados vídeos da remoção das letras em frente aos edifícios e alterado nas redes sociais). Segundo a ordem executiva, Hegseth terá de apresentar, no prazo de 60 dias a contar do dia 5 de Setembro, uma proposta de alteração definitiva, que requer aprovação do Congresso (de maioria republicana).
«O Departamento de Guerra vai lutar para vencer, não para não perder. Vamos partir para a ofensiva, não apenas para a defesa. Letalidade máxima e não uma legalidade frouxa. Um efeito violento, não politicamente correto. Vamos criar guerreiros, não apenas defensores», afirmou Hegseth, durante a assinatura da ordem por Trump.
Para todos os efeitos, Departamento da Guerra é um nome apropriado para a instituição, com sede no Pentágono. A cínica alteração promovida em 1947, apenas três anos antes da brutal invasão e destruição da Coreia (onde os EUA largaram 635 mil toneladas de bombas sobre a população civil e infraestruturas essenciais à sua existência), ocultava a verdadeira natureza belicístia e sanguinária do imperialismo norte-americano, que na segunda metade do séc. XX, e em todo o séc. XXI, se envolveu, aberta ou clandestinamente, em brutais intervenções militares ou de mudança de regime em dezenas de países de todos os continentes.
Horas antes deste anúncio, o New York Times divulgava uma investigação sobre uma acção militar clandestina realizada pelo Estado norte-americano em 2019, no anterior mandato de Donald Trump. Uma equipa das forças-especiais dos EUA tentou infiltrar-se na Coreia do Norte para instalar um equipamento para monitorizar as comunicações de Kim Jong-un. Ao aproximarem-se da costa, os soldados foram surpreendidos por pescadores norte-coreanos, prontamente assassinados pelas forças militares terroristas enquanto abandonavam a missão.
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