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Mais de 15 600 pacientes em Gaza têm de ser evacuados com urgência, alerta OMS

É necessário evacuar imediatamente mais de 15 600 pessoas doentes em Gaza, destacou a OMS, com a organização MSF a afirmar que o termo «catástrofe» já não serve para descrever a situação no território.

O médico palestiniano Ahmed Basal examina uma criança que sofre de má-nutrição num hospital da Cidade de Gaza, a 7 de Agosto de 2025 Créditos / PressTV

Na sua conta de Twitter (X), Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), destacou a situação humanitária no enclave palestiniano, onde prosseguem os bombardeamentos israelitas e as ordens de evacuação, e aumenta o número de mortes devido à fome.

Adhanom Ghebreyesus sublinhou que há mais de 15 600 doentes, incluindo 3800 crianças, a necessitar de cuidados especializados e, por isso, a precisar de ser evacuados de Gaza de imediato.

O responsável, que tem reiterado o apelo à entrada de ajuda humanitária no enclave cercado, voltou também a sublinhar a importância de um cessar-fogo.

Para lá de «catástrofe»

Também no sábado, em declarações à agência Anadolu, um responsável da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse que a situação em Gaza está para lá de uma «catástrofe», tendo em conta que, no território, não existe um sistema de saúde funcional e a fome generalizada se instala.

«A situação já não pode ser descrita como uma catástrofe. "Catástrofe" é uma palavra muito simples agora, uma palavra suave. É bem pior do que chamar-lhe catástrofe», disse Mohammed Abu Mughaiseeb, coordenador médico adjunto da MSF em Gaza.

Mughaiseeb destacou que o sector da saúde foi desmantelado de forma sistemática pelos bombardeamentos israelitas ao longo dos últimos 22 meses e que a maior parte dos hospitais está inoperacional. «Não digo agora que o sistema de saúde entrou em colapso. Não, não há um sistema de saúde em Gaza», acrescentou.

O responsável destacou que as clínicas de campanha existentes e as enfermarias improvisadas estão cheias de feridos e doentes em estado crítico.

A taxa de ocupação dos hospitais subiu para 300%, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, com os pacientes deitados no chão e muitas cirurgias a não terem lugar devido à falta de material.

Actualmente, de 38 hospitais, apenas 15 estão parcialmente operacionais, na sua maioria gravemente danificados pelos ataques israelitas.

Falta comida, faltam medicamentos

«Não há comida, medicamentos, ajuda humanitária a sério», disse, frisando que «as crianças que estão a morrer de fome têm doenças subjacentes».

«Se tiverem comida, sobrevivem. Se tiverem um suplemento especial de proteínas e leite, vivem», sublinhou Mughaiseeb.

As declarações do responsável da MSF seguem-se à declaração oficial da fome na Faixa de Gaza por um conjunto de agências das Nações Unidas, que confirmaram que mais de meio milhão de pessoas no enclave «estão presas na fome», e estimando que essa situação alastre nas próximas semanas do Norte do território para sul.

Este domingo, a agência Wafa noticiou a morte de mais oito pessoas no enclave devido à fome e à má-nutrição, precisando que o número de pessoas falecidas nestas condições subiu para 289, das quais 115 são crianças.

Desde o início da mais recente ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza, a 7 de Outubro de 2023, pelo menos 62 686 palestinianos foram mortos e 157 951 ficaram feridos, refere a fonte.

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