No início do ano, a Sonae (dona de marcas como o Continente, Worten, o jornal Público, Meu Super, NOS e dezenas de centros comerciais em todo o país) começou o processo de integração das lojas Wells (que funcionavam, anteriormente, como franchising). Esta decisão não significou, no entanto, «a integração destes trabalhadores na carreira profissional de técnico», acusa o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em nota enviada ao AbrilAbril.
Não é caso único na Sonae. O CESP identificou um vasto conjunto de problemas, que vão do simples desrespeito pela vida e dignidade dos trabalhadores a práticas flagrantemente «ilegais», protagonizadas por um dos maiores grupos económicos portugueses. O pedido de reunião com a Sonae está entregue mas, ainda assim, o sindicato solicita que qualquer trabalhador que tenha sido vítima ou testemunha de atropelos a direitos laborais cometidos pela empresa remeta essa informação o mais rapidamente possível aos seus delegados sindicais.
No comunicado, o CESP dá destaque às más condições de trabalho mais frequentemente relatados pelos trabalhadores: uma quantidade insuficiente das fardas disponibilizadas; baixa qualidade do calçado e os problemas de saúde que causa; redução do número de trabalhadores e o aumento desumano dos ritmos de trabalho». São, no entanto, identificados um conjunto de problemas que chegam mesmo a ultrapassar a legalidade.
A Sonae «desconta ilegalmente» os minutos e horas de atraso nos salários dos trabalhadores. Como se não bastasse, a empresa faz ainda «alterações constantes e ilegais aos mapas de horários de trabalho afixados sem o consentimento dos trabalhadores». O CESP já está a planear «plenários em vários locais de trabalho da Sonae» para discutir as exigências dos trabalhadores para 2026.
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