Portugal registou a maior queda no rendimento real das famílias entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados hoje divulgados por aquela organização e recolhidos pela agência LUSA.
O rendimento real das famílias portuguesas recuou 4,5%, em cadeia, com o PIB real per capita também a contrair-se (-0,6%), enquanto na média dos países da OCDE o rendimento das famílias aumentou 0,1% no primeiro trimestre de 2025, reflectindo o crescimento do PIB real per capita, apesar de uma desaceleração no crescimento em comparação com o trimestre anterior (crescimento de 0,6% e 0,4%, respectivamente).
Apesar de um crescimento no conjunto, o panorama foi misto na OCDE, tendo metade dos 20 países com dados disponíveis registado um aumento de rendimentos e a outra metade uma queda – mas nenhuma como a registada em Portugal.
As famílias perdem rendimentos reais, com as despesas a aumentarem, em particular os custos incomportáveis com a habitação que estão na origem da crise habitacional cada vez mais séria que se vive em Portugal, enquanto a banca e os grupos económicos têm lucros escandalosos e aumenta o número de milionários no País, com os 1% mais ricos a deterem já um quinto da riqueza nacional.
No G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), a maioria dos países viu um aumento no rendimento familiar real per capita no primeiro trimestre, com excepção do Reino Unido e da Alemanha (-1,3% e -0,4%, respectivamente), onde a inflação erodiu o crescimento do rendimento nominal. Registe-se que ambos os países estão a aumentar agressivamente as suas despesas militares.
Entre os outros países da OCDE, o Chile registou o maior crescimento no rendimento real das famílias per capita (3,1%), com a queda da inflação e o aumento do PIB real per capita (0,5%).
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