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Governo impede contratação de médicos. Câmara de Sesimbra pede reunião com ministra

A decisão de impedir a contratação de seis médicos para a Unidade Local de Saúde da Arrábida levou o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra a solicitar audiência urgente com Ana Paula Martins. 

Centro de Saúde de Sesimbra
Créditos / DR

No documento remetido esta segunda-feira à tutela, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco de Jesus, salienta o esforço que a autarquia tem feito para que existam equipamentos «dignos e de qualidade». Entre os exemplos está o Centro de Saúde de Sesimbra, inaugurado em 2024, para o qual a autarquia desenvolveu projecto de arquitectura e especialidades, cedeu terreno no centro da vila e investiu mais de um milhão de euros do orçamento municipal. Mas também a mais recente Unidade de Saúde Familiar (USF) da Quinta do Conde, cuja obra em curso partiu de uma candidatura desenvolvida pela autarquia, que cedeu os terrenos. 

Não obstante, lamenta que esse esforço «não seja acompanhado pela necessária e urgente contratação de profissionais de saúde». A denúncia prende-se com a decisão de impedir a contratação de mais seis médicos de Medicina Geral Familiar (MGF) para a Unidade Local de Saúde da Arrábida (USLA), em Setúbal, para além das sete vagas actualizadas no último despacho publicado em Diário da República, no dia 26 de Maio, através da contratação pela própria ULSA. Quando a realidade dita que seriam necessários 13 profissionais de saúde para garantir a resposta, designadamente da nova USF na Quinta do Conde e da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) existente, de forma a dar resposta a quase 15 000 utentes sem médico de família.

«É, pois, com enorme consternação que tomamos conhecimento desta decisão, que vem colocar em causa a criação das equipas necessárias à implementação dessa nova USF, bem como à manutenção da UCSP da Quinta do Conde», refere Francisco Jesus, citado num comunicado da autarquia. «É efectivamente frustrante», acrescenta, conseguir captar médicos de família e não poder garantir a sua continuidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS), designadamente nos cuidados primários, «levando-os a reorientar a sua actividade profissional para o sector privado».

Francisco Jesus frisa que esta decisão coloca em causa a garantia de um serviço público de saúde no concelho e reafirma o compromisso solidário da Câmara Municipal de Sesimbra, com profissionais de saúde e utentes, nas acções de luta que vierem a ser consideradas para reverter esta situação.

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