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Reino Unido: 100 mil trabalhadores deixaram sector dos cuidados sociais num ano

Os dados apresentados pela organização Skills for Care apontam para a necessidade de reforço financeiro no sector dos cuidados, que perdeu mais de 100 mil trabalhadores num ano, até Março de 2023.

Membros da campanha Dimensions' Save Our Social Care entregam uma petição na residência oficial do primeiro-ministro britânico, em Londres, em Setembro de 2023, em defesa de financiamento para o sector dos cuidados sociais 
Créditos / Morning Star

De Março a Março, 390 mil trabalhadores deixaram os seus empregos nos cuidados sociais e, destes, mais de um terço abandonaram por completo o sector, revelou a Skills for Care num documento agora publicado.

O relatório, intitulado «State of the Adult Social Care Sector and Workforce in England» (Estado do Sector e da Mão-de-Obra nos Cuidados a Adultos em Inglaterra), estima que sejam necessários cerca de 440 mil postos de trabalho no sector da prestação de cuidados a adultos, de modo a poder acompanhar o número previsto de pessoas com 65 anos ou mais até 2035.

Oonagh Smyth, directora-executiva da organização, destacou alguns «resultados positivos» no relatório, mas disse que «os desafios não desapareceram» e, segundo refere o Morning Star, sublinhou a necessidade de criar uma estratégia que «atraia e fixe» os trabalhadores com as habilitações adequadas.

«O facto de 390 mil pessoas terem deixado os seus postos de trabalho em 2022/23 e cerca de um terço destes terem abandonado completamente o sector mostra que temos um balde furado que é preciso consertar urgentemente», frisou.

O organismo referiu que estava a trabalhar com «uma ampla gama de organizações e pessoas envolvidas nos cuidados sociais», com o intuito de desenvolver uma estratégia para a mão-de-obra no sector, identificando aquilo que será necessário nos próximos 15 anos e complementando o Plano a Longo Prazo de Mão-de-Obra para o NHS (serviço público de saúde).

São necessários meios para contratar e manter os trabalhadores

Miriam Deakin, do NHS, destacou a importância de desenvolver uma estratégia para a mão-de-obra no sector, mas matizando que «o plano por si só é insuficiente», se não for acompanhado pelo «investimento público que garanta que os cuidados sociais podem não só contratar os profissionais tão necessários, mas também mantê-los», indica o periódico.

Por seu lado, Hugh Alderwick, da Health Foundation, disse ao Star que contratar no estrangeiro «não substitui uma acção política mais fundamental, necessária para melhorar os salários e as condições das pessoas que trabalham nos cuidados».

Já o secretário-geral do Sindicato dos Assistentes Sociais (SWU), John McGowan, disse que o maior desafio que a profissão enfrenta é a falta de financiamento.

«Simplesmente não há recursos para permitir que os assistentes sociais e os trabalhadores dos cuidados façam o seu trabalho de forma adequada», alertou.

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