A difícil situação económica e a crise humanitária que se verificam no Afeganistão, onde milhões de pessoas passam fome e necessitam de ajuda, foram agravadas com o terremoto que abalou o país na quarta-feira passada, sobretudo nas províncias de Paktika e Khost.
O sismo, com uma magnitude de 5,9 na escala de Richter, provocou a morte a pelo menos 1150 pessoas, deixou feridas mais de 2000 e destruiu cerca de dez mil habitações.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) anunciou o envio imediato de ajuda e alertou também de imediato para a possibilidade de um surto de cólera nas regiões afectadas.
Sharafat Zaman, um representante do Ministério afegão da Saúde, informou este domingo que os sobreviventes necessitam de alimentos e água potável com urgência, bem como de medicamentos, acrescentando que as pessoas não têm casa nem refúgios adequados para viver, revela a PressTV.
Por seu lado, um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Cabul disse à Al Jazeera que o direito dos afegãos à vida passa pelo levantamento das sanções, o descongelamento dos fundos pelo Ocidente e pela prestação de ajuda humanitária.
A mesma fonte refere que agências humanitárias «sobrecarregadas» sublinharam o modo como o sismo veio pôr a nu a necessidade de a «comunidade internacional» repensar o bloqueio financeiro que impõe ao Afeganistão desde que os Talibã assumiram o poder, há dez meses, depois de as forças lideradas pelos EUA terem abandonado o país, após mais de 40 anos de guerra e 20 de ocupação militar – promovidas com o pretexto de combater os soviéticos, primeiro, e o terrorismo, depois.
Dos nove mil milhões de dólares de fundos congelados no estrangeiro, sete mil milhões foram confiscados nos EUA, depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, ter assinado uma ordem executiva nesse sentido, alegando que o dinheiro seria destinado a compensar as vítimas do 11 de Setembro nova-iorquino.
Cabul classificou a medida de Washington como um «roubo». A China, que pretende ajudar o país da Ásia Central com 7,5 milhões de dólares, tem denunciado reiteradamente o congelamento de activos no Ocidente, que já designou como uma «conduta de bandidos».
Após o terremoto, países como Irão, Índia, Paquistão, Turquia, Catar, Emirados Árabes Unidos, bem como várias agências das Nações Unidas, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho têm estado a enviar ajuda para o Afeganistão e a apoiar equipas no terreno.
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