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|banco público

O que é que a direita ainda não sabe sobre a CGD?

Que benefícios podem resultar de uma comissão de inquérito quando estão identificados todos os responsáveis pela gestão danosa do banco público? 

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Uma auditoria realizada a pedido do Ministério das Finanças ao período entre 2000 e 2015 revela que sucessivas administrações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) alimentaram promiscuidades com grandes interesses económicos negligenciando o bem público, com perdas de 1200 milhões de euros.

Desde então, PSD, CDS-PP e, agora também o PS, disputam a antena mediática a falar de nova comissão parlamentar de inquérito à CGD, omitindo, por exemplo, que, no período em análise pela consultora EY, as cadeiras do conselho de administração do banco público foram ocupadas por responsáveis políticos dos três partidos. 

Celeste Cardona (CDS-PP), Rui Vilar (PS), João Salgueiro (PSD), Almerindo Marques (PS), Mira Amaral (PSD), Faria de Oliveira (PSD) e Nuno Fernandes Thomaz (CDS-PP) são, de acordo com uma sistematização realizada pelo AbrilAbril em 2016, apenas alguns dos nomes mais emblemáticos. 

Ainda assim, no encerramento das jornadas parlamentares do CDS-PP, esta terça-feira, a presidente dos centristas insistia no argumento de que o partido continua a querer «descobrir toda a verdade», «doa a quem doer».

Ao que parece, e mais uma vez, é ao povo português que vão doer os prejuízos causados pelas malfeitorias de quem fez de conta que serviu o banco público. Até porque, e isso também não é novo, uma boa parte desses crimes já pode ter prescrito.  

Mas podia ser pior, caso tivesse ido por diante o objectivo alimentado pelo governo do PSD e do CDS-PP, de que Assunção Cristas fez parte, de privatizar a CGD. A ideia de juntar o banco público à generosa lista de empresas estratégicas nacionais a vender tinha sido defendida por Passos Coelho na campanha eleitoral para as legislativas.

Apesar de não se ter concretizado, foram tomadas medidas, como os CoCos, «instrumentos financeiros híbridos» que, com o argumento de recapitalizar o banco público, abriram a porta aos privados. Em contrapartida, o executivo de Passos e Portas conseguiu vender os seguros da Caixa à Fosun. 

No último comentário domingueiro, Marques Mendes (PSD), que em Outubro foi convidado para substituir António Vitorino (PS) na presidência da assembleia-geral da CGD Angola, referia-se à gestão danosa do banco público como «uma vergonha nacional». Pelo menos nisto Marques Mendes falou verdade. 

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