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|eleições presidenciais

A velha e inútil história do voto útil

Não há batalha eleitoral em que não se cumpra o desígnio de procurar condicionar eleitores para a falsa questão de que o seu voto terá uma «utilidade» se destinado a alguma candidatura ou força política.

CréditosAlex Gozblau / aventar.eu

A promoção do «voto útil» tem fontes e objectivos. Todavia, estes estão longe de corresponder à resolução dos problemas sentidos pelas populações ou para a definição de alterações significativas no plano social ou económico. Antes pretendem encaminhar votos para falsas soluções, para que tudo se mantenha, mais ou menos, na mesma.

Em cada uma das eleições renova-se o fenómeno: são sondagens, apreciações de analistas e comentadores, títulos sugestivos, afunilando para a ideia de que é preciso dar uma utilidade ao voto.

Nesta batalha para as presidenciais, tem sido promovida a ideia de que, pasme-se, a defesa da democracia passa pelo voto em Ana Gomes. Com a inovação de que o objectivo não é de que a candidata vença, mas que fique num honroso segundo lugar, à frente de André Ventura.

Vejamos. Terá utilidade votar em alguém cujo percurso e projecto não permite antever alterações significativas para os problemas vividos pela nossa sociedade? Talvez seja mais útil esclarecer mais gente sobre a possibilidade de, juntos, darem força àqueles que exigem pelo cumprimento de um futuro de progresso social, tendo como base a Lei Fundamental do País.

Ana Gomes é das fileiras do PS, conhecida pelos seus posicionamentos populistas em diversas matérias. Será que tem realmente por objectivo imprimir uma real diferença? Afirma querer lutar contra a corrupção, mas não a vemos fazer cavalo-de-batalha pela defesa de mais meios humanos, técnicos e logísticos para o sector da Justiça e forças de segurança. Para mais, patrocinou politicamente a extrema-direita ucraniana que tomou o poder daquele país, posicionou-se a favor da invasão da Líbia, que levou à destruição daquela nação, e defende o aprofundamento do federalismo, advogando que Portugal continue submisso às orientações das grandes potências mandantes na União Europeia.

Mas também vai surgindo outra ideia sobre o voto útil para, alegadamente, defender a democracia: a de que o voto em Marcelo Rebelo de Sousa seria o mais eficaz para travar o ascenso destas forças indesejadas. Não obstante, nada como constatar que um e outro foram destacados militantes dos partidos (PS e PSD), pelas mãos de cujos governos se deram passos atrás nas conquistas da Revolução de Abril, como a defesa do trabalho ou das funções sociais do Estado, que estão inscritas na Constituição. Políticas de destruição de direitos, que se traduzem na degradação de condições de vida e que, por isso, semearam terreno fértil para o ascenso de forças populistas e de extrema-direita.

Votar útil não significa concentrar votos neste ou naquele candidato, mas sim votar. Aliás, importa recordar a experiência das eleições legislativas de 2015. Não foi preciso concentrar votos no PS para travar o governo do PSD/CDS-PP. Antes pelo contrário, foi o voto nos partidos à sua esquerda que forçou o novo quadro político que então se verificou.

A utilidade do nosso voto passa por dar mais força à democracia, à defesa do projecto constitucional e a quem, para além das eleições do próximo domingo, continuará a batalha no sentido «defender, cumprir e fazer cumprir» a Constituição.

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