A quebra é registada sobretudo entre os pequenos e médios agricultores, ao mesmo tempo que aumenta a dimensão média das explorações e o número de grandes explorações, refere o comunicado da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A CNA considera que o aumento de dois anos na idade média dos produtores singulares, para 62 anos, e o facto de mais de metade dos agricultores terem mais de 64 anos revelam a ineficácia das políticas com vista ao rejuvenescimento do tecido agrícola.
Segundo a CNA, falta também uma estratégia de desenvolvimento que passe pela reabertura e criação de serviços públicos para fixar as populações mais jovens nos territórios e, sobretudo, condições para escoamento da produção a preços compensadores.
Outro dado «preocupante» é o decréscimo de 32% nas áreas de cereais para grão, que vem comprometer ainda mais o decrescente grau de auto-aprovisionamento do País em cereais, fazendo aumentar a dependência do exterior numa produção que deveria ser estratégica para a soberania alimentar. Na produção pecuária de bovinos, praticamente um terço do efectivo está concentrado em apenas 2% de explorações com mais de 300 animais, ressalva.
«Focar as políticas nacionais, alinhadas com as orientações de Bruxelas, apenas numa agricultura de grande dimensão com capacidade e vocação exportadora, esquecendo a importância estratégica da Agricultura Familiar para a produção nacional, é um erro com impactos negativos no País», pode ler-se na nota.
Para a CNA, é fundamental que o Governo «avance rapidamente com a concretização das medidas preconizadas pelo Estatuto da Agricultura Familiar» de forma a travar este caminho.
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