António Filipe (PCP) falou pelas 12h na Assembleia da República, onde afirmou que, «mais do que as pessoas que em cada momento exerçam cargos no Governo, o que é importante são as políticas seguidas por esse mesmo Governo».
«Relativamente a matérias muito relevantes, como seja a legislação laboral ou questões de soberania, que não haja convergências deste Governo com os partidos da direita, mas, pelo contrário, seja dada expressão à vontade de mudança que o eleitorado expressou», concluiu o deputado comunista, referindo-se aos resultados das últimas legislativas, em que o PSD e o CDS-PP sofreram uma das suas mais pesadas derrotas, na sequência das quais o PS formou um governo minoritário, após assinar três posições conjuntas com o BE, o PCP e o PEV.
«Acho que o País aguarda agora que o primeiro-ministro diga, de forma rápida, como será o Governo a partir de agora», disse Catarina Martins, coordenadora do BE, esta manhã. «Não vou falar sobre os casos que estão na justiça, isso é um problema da justiça», acrescentou.
Em comunicado, o PEV afirmou que as «demissões não põem minimamente em causa as negociações com o Governo para o próximo Orçamento do Estado». O Partido Ecologista «Os Verdes» considera «que o mais relevante são as opções políticas».
PSD quer explicações adicionais e CDS-PP pede que rolem mais cabeças
Pelo PSD, foi Carlos Abreu Amorim a reagir, dizendo estranhar que a decisão surja um ano depois das viagens em causa. No pedido de exoneração de funções, os três governantes explicam que a decisão resulta do pedido que dirigiram ao Ministério Público para que sejam constituídos como arguidos.
Do lado do CDS-PP, o líder parlamentar Nuno Magalhães, aproveitou para lembrar os pedidos de demissão dos ministros da Administração Interna e da Defesa que o seu partido tem vindo a repetir.
Primeiro-ministro aceita pedidos de exoneração
Os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria anunciaram ontem que pediram a sua exoneração de funções ao primeiro-ministro e solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016.
O primeiro-ministro aceitou os pedidos dos secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, e da Indústria, João Vasconcelos, «apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação».
A decisão foi justificada com a intenção de não prejudicar o Governo.
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