Com esta medida, que parece não ser consensual, o ministro da Administração Interna (MAI) pretende fazer face ao envelhecimento do dispositivo da Polícia de Segurança Pública.
Entretanto, o PCP considera que «não é alargando o leque de idades dos potenciais candidatos que se resolve um problema cuja raiz está na falta de atractividade das condições oferecidas». Em comunicado, os comunistas alertam para o facto de a admissão de candidatos com 30 anos de idade colocar, para além do tempo útil de condições físicas para o serviço operacional, «todo um vasto conjunto de problemas».
Trata-se, na óptica do PCP, de procurar «responder aos problemas da instituição de forma imediatista sem medir os impactos futuros das decisões», sublinhando que a raiz da questão está no arrastar da resolução de muitos problemas, nomeadamente a adopção de uma tabela remuneratória justa, um subsídio de risco adequado do risco da profissão ou o desrespeito pelo Estatuto profissional no que respeita à passagem à pré-aposentação.
No entanto, os problemas na PSP não se ficam pelas dificuldades de recrutamento. A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) tem lançado um conjunto de críticas, chamando a atenção para o facto de haver polícias que «esperam e desesperam» pelas suas promoções, sem qualquer informação sobre as razões do atraso. A propósito, lembram que em 2021, as promoções foram feitas apenas no final de Junho para evitar a «incidência do subsídio de férias no novo posto».
A ASPP denuncia ainda, por um lado, que aos polícias apenas lhes é «permitido adquirir fardamento na plataforma oficial da PSP», plataforma que regista «falta de fardamento, demora nas entregas» e «falta de qualidade» de muito material fornecido. Por outro, que os serviços remunerados realizados entre Janeiro e Março deste ano e alguns relativos ao final do ano passado aguardam pelo despacho do MAI que autorize o respectivo pagamento.