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O futebol e a violência

É tempo de se exigir às autoridades que ponham cobro à atividade das seitas e dos grupos extremistas que se instalaram nos clubes, tanto para a prática de crimes organizados como para a promoção de simbologia fascista, de má memória.

Os estádios de futebol têm um colorido especial, uma mística própria e uma dimensão estética muito particular. Eles são amplos laboratórios sociais, nos quais se misturam convicções políticas, etnias e religiões, todos irmanados pela paixão por um clube.

Assumo que sou adepto de futebol e de um clube em particular, desde que me conheço.

Era criança quando entrei pela primeira vez no velho Estádio da Luz, pela mão de meu avô. Já lá vão mais de 60 anos. Desde então vibro com as vitórias do meu clube, de outros clubes portugueses quando envolvidos em competições europeias, bem como das seleções nacionais. Gosto de ver qualquer jogo de futebol, em que os jogadores sejam os atores principais pela qualidade e beleza do jogo jogado.

Assumo que sou capaz de desligar de tudo o que me rodeia para ver um jogo do meu clube. Assumo que muitas vezes violo a fronteira da racionalidade que me carateriza e grito, protesto ou explodo de alegria com um golo.

Porém, não alinho em manifestações de violência, de intimidação ou agressão gratuita, que transformam os estádios em circos romanos ou, as suas redondezas, em arenas de energúmenos.

O futebol, esse espetáculo fantástico onde se deveria harmonizar a razão com a emoção, está a transformar-se num terreno pantanoso onde se misturam diversos interesses e se expressam os mais primários impulsos.

Nesta fotografia saem mal muitos dos vários atores do jogo, em especial os que jogam fora das quatro linhas. São eles que inundam os meios de comunicação social com afirmações incendiárias, com o lançamento cirúrgico de suspeições, com manobras de pressão em vésperas de jogos decisivos, com a estimulação de afirmações estupidas e promotoras de ódios criminosos, entre outras características que, por decoro, não identifico.

«O futebol, esse espetáculo fantástico onde se deveria harmonizar a razão com a emoção, está a transformar-se num terreno pantanoso onde se misturam diversos interesses e se expressam os mais primários impulsos.»

A esta responsabilidade primeira, junta-se a de alguns meios de comunicação social (televisões e jornais) em luta desesperada por audiências, maioritariamente ocupados por comentadores de fação clubística, muitos deles políticos recrutados para estes fóruns de debate, à procura da visibilidade perdida.

Nos últimos anos, um conjunto de energúmenos organizados em claques dos principais clubes portugueses de futebol, promovidos pela amplificação mediática, têm-se empenhado em incendiar os estádios, através de manifestações de ódio, de crime organizado e de incentivo à violência física.

Nos últimos dias foram detidos cerca de 30 indivíduos, indiciados da prática de vários crimes, no âmbito de grupos organizados, dentro de claques. A justiça fará o seu caminho.

Porém importa também que se aplique penalizações para os autores de declarações incendiárias de vários agentes do futebol, pondo-se assim fim aos episódios que se repetem com regularidade e cada vez mais graves, em vários estádios de futebol.

É tempo de se exigir a todos os agentes do futebol que se comportem civicamente.

É tempo de se exigir às autoridades que ponham cobro à atividade das seitas e dos grupos extremistas que se instalaram nos clubes, tanto para a prática de crimes organizados como para a promoção de simbologia fascista, de má memória.

Nos clubes e nos estádios é preciso banir os grupos de malfeitores, que estão a transformar o futebol num palco de crime organizado.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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