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Futuro da MEO passa pela manutenção da alienação ao grande capital estrangeiro

Segundo a Bloomberg, há dois interessados na compra das participações da Altice: a Iliad de capital de francês e a Saudi Telecom de capital saudita. Além destes diz-se que a rede de fibra poderá ir para a Morgan Stanley, uma empresa americana de serviços financeiros.

Conflito laboral na empresa durá há mais de um ano
Conflito laboral na empresa durá há mais de um anoCréditos / Exame Informática

A história da MEO é o espelho da política de direita assente nas privatizações. Uma empresa estratégica que estava na esfera do Estado e que era de particular importância para a soberania do país foi entregue, por PS e PSD, ao privado. 

Acontece que a história desenrolou-se no sentido de dar razão a quem identificava que a privatização da então Portugal Telecom não iria servir os interesses do país. A Altice Group, multinacional holandesa, viu-se envolvida numa investigação por alegada corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, arrastando com isso o nome da empresa para a lama.

Apesar deste facto, as receitas da Altice Portugal subiram 11,6% até Setembro de 2023, para 2159 milhões de euros. Enquanto esses lucros se registam, registou-se simultaneamente, em 2024, um aumento de 4,6% nos preços das telecomunicações praticados pela empresa, o que significou um aumento de cerca de 12,4%, em apenas dois anos.

A má fama da empresa não afectou o desempenho, em grande parte porque os trabalhadores nunca deixaram de dar a cara. Eis que quando, ante lucros evidentes e um aumento do custo de vida, os trabalhadores pediram aumentos que repusessem o seu poder de compra. Acontece que a CEO, Ana Figueiredo, após sete reuniões, propôs um aumento dos salários de 1,5%, e após demonstrações de desagrado por parte dos trabalhadores, aumentou a sua proposta em apenas 0,1%.

Neste quadro, com um escândalo em praça pública, lucros evidentes e um desrespeito completo pelos trabalhadores, a Altice Group prepara-se para vender as suas participações e, segundo a Bloomberg, a dois grandes monopólios estrangeiros.

De um lado está um grupo liderado pelo multimilionário Xavier Niel, a Iliad, que detém operações no sector das telecomunicações em França, Itália e Polónia. Do outro está a Saudi Telecom, que detém participações na Arábia Saudita, Paquistão, China e Espanha. 

Independentemente da vontade dos donos da Altice Group, pouco se sabe para já, incluindo os valores da venda. O que se estima é que a venda possa chegar aos dez mil milhões de euros. A questão é que a venda da Meo não será por inteira e estes compradores, ao que parece, ficarão sem a rede de fibra e esta parece estar destinada à Morgan Stanley, uma empresa americana de serviços financeiros.

Assim, o que está em causa é a venda de uma empresa estratégica em partes, o que dificulta o regresso da mesma à esfera pública. Ainda este mês, numa entrevista ao Jornal de Negócios, o gabinete do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, disse não ver problemas na questão uma vez que «é uma tendência que se tem vindo a verificar em vários países da UE».

Mais uma vez, quando chega a opção de defender os interesses nacionais, o PS opta por defender os interesses dos senhores do grande dinheiro. O caso da Meo assim o comprova, mais uma vez. 
 

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