«Durante o último ano lectivo, os estudantes viram Reuniões Gerais de Alunos (RGA), eleições para as AE, campanhas eleitorais, tudo o que reflecte a democracia vivida em Portugal dentro do espaço escolar a ser cortado, bloqueado, proibido e privado aos estudantes», afirma o comunicado do Movimento Voz aos Estudantes.
Foi esta motivação que levou a AE da Escola Secundária Maria Lamas, em Torres Novas, a lançar um manifesto, nacional, que outras Associações de Estudantes pudessem subscrever.
Reclamando a acção conjunta dos estudantes e das suas associações representativas no exigir de uma papel activo e relevante no seu espaço escolar, mais de 200 alunos subscreveram este apelo na Assembleia Geral de Alunos (AGE) na Maria Lamas e pelo menos dez AE, de todo o país, já se associaram à Voz dos Estudantes.
Ao AbrilAbril, Sérgio Rodrigues, Presidente da AE da Escola Secundária Maria Lama, referiu os casos, «entre muitos», da Escola Secundária de Salvaterra de Magos, em que a direcção escolar impediu, recentemente, a realização de uma AGE, ou da Escola Secundária da Chamusca, em que os estudantes não poderam eleger a sua AE.
Considerando ás várias tentativas de limitar a participação e organização democrática dos estudantes do ensino secundário, «o Movimento Voz aos Estudantes surge para conquistar essa voz. É preciso associações de estudantes que defendam os estudantes, é preciso que os estudantes possam dar o seu contributo na gestão da Escola».
Não só é indispensável o cumprimento do «direito à constituição de associações de estudantes», como só através da «representação dos estudantes nos conselhos pedagógicos», se pode efectivar uma nova gestão democrática das escolas, «com uma direcção colegial e sem a figura do director», refere ainda o comunicado.