Desemprego aumenta pelo sétimo mês consecutivo. Vê os números

Com o aumento do custo de vida e com os números revelados pelo o Instituto Nacional de Estatística (INE) de que quase metade dos desempregados portugueses estão em risco de pobreza, os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) não são animadores elevam a questionar sobre quem é que está a ganhar com o alegado crescimento da economia portuguesa.

De acordo com o IEFP, o desemprego aumentou pelo sétimo mês consecutivo. A subida é de 4% (+12.967 pessoas) em relação ao mesmo mês de 2023 e representa também uma subida de 5,5% (+19.398 pessoas) face a Dezembro de 2023.

Numa decomposição para fins comparativos, verifica-se que face ao período homólogo o número de jovens desempregados (menos de 25 anos) inscritos, aumentou 5,8% (+2.047), e face a Dezembro de 2023 subiu 7,3% (+2.533).

A nível regional, em termos homólogos, com o aumento mais acentuado regista-se na região do Alentejo (+10,3%), sendo que em relação ao mês anterior, o IEFP nota que, «com exceção da Madeira, a tendência é também de aumento do desemprego, com a maior variação a acontecer na região de Lisboa e Vale do Tejo (+8,2%)».

No segmento dos grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no continente, em Janeiro os «trabalhadores não qualificados» representavam 32,3%, os «trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores» representavam 13,7% e os «trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices» representavam 12,1%.

Na comparação ao mês homólogo de 2023 e tendo em conta os grupos profissionais com maior expressão, observa-se um acréscimo no desemprego, na maioria dos grupos profissionais, com destaque para os «trabalhadores não qualificados» com mais 8,7% e para os «operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem» com mais 8,5%.

Relativamente à actividade económica de origem do desemprego, dos 293452 desempregados que, no final do mês em análise, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, nos serviços de emprego do continente, 73,2% tinham trabalhado em atividades do setor dos serviços, com destaque para as «atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio», que representam 32,7%. Já 19,3% eram provenientes do sector secundário, com particular destaque para a «construção» com 6,1%, enquanto ao setor «agrícola» pertenciam 5% dos desempregados.