O secretário-geral do PCP apresentou as conclusões da reunião do comité central do partido esta tarde, em Lisboa, que agendou ainda dois encontros nacionais, sobre a situação na Educação e na Saúde.
O agravamento da situação que se vive nos serviços públicos esteve em destaque na declaração de Jerónimo de Sousa. Os comunistas consideram que a política prosseguida pelos últimos governos «agravou dependências, destruiu capacidade produtiva» e deixou o País submetido a imposições externas.
Para além das duas antigas empresas públicas do sector das comunicações, o dirigente comunista destacou ainda o «processo de acelerada concentração» no sector financeiro e a «falta de trabalhadores, de equipamentos, de investimento na sua manutenção e reforço» nos serviços públicos.
Bloco central: um desejo «do grande capital»
O comité central do PCP abordou ainda a situação política e denunciou as movimentações em defesa de um novo bloco central, após a eleição do novo líder do PSD, por parte «das forças do grande capital e dos sectores políticos a elas associados no PSD, no CDS mas também no interior do PS».
Jerónimo de Sousa afirmou que «é com o PCP e o reforço da sua influência política e eleitoral que se criarão as condições para ir mais longe na resposta aos problemas do País» e apelou à «luta dos trabalhadores e à convergência dos democratas e patriotas», para «dar corpo à política alternativa, patriótica e de esquerda e assegurar um governo capaz de a realizar».
O secretário-geral comunista lembrou que a solução política saída das legislativas de 2015 pôs «em evidência três importantes questôes»: o que se escolhe em eleições são 230 deputados e não o primeiro-ministro, «o caminho do ataque a direitos e a intensificação da exploração» não é inevitável e o PCP ocupa um «papel insubstituível» na construção de uma política alternativa.
«Um governo do PS, noutras circunstâncias, não adoptaria como nunca antes adoptou» os «avanços conseguidos» nos últimos dois anos, sublinhou Jerónimo de Sousa. O PCP considera que continua a ser necessária uma política de ruptura, em que «prevaleçam os interesses nacionais perante as imposições externas» e a «valorização do trabalho e dos trabalhadores», «o controlo público dos sectores estratégicos» e o «combate às desigualdades na sociedade e no território».
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