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Aplicação da lei só garantia metade da subida para pensões mais baixas

Aumento extraordinário garante mais 13 euros por mês

Com os aumentos extraordinários de 2017 e de 2018, as pensões vão crescer mais do que com a aplicação da lei, como defendiam o PS e o BE em 2015. Ganhos adicionais podem ultrapassar os 13 euros mensais.

Uma cliente numa peixaria, em Lisboa. 9 de Julho de 2012
Uma cliente numa peixaria, em Lisboa. 9 de Julho de 2012CréditosRodrigo Baptista / Agência LUSA

A medida inscrita no Orçamento do Estado para 2018 prevê que, tal como em 2017, os pensionistas que ganham até 1,5 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS), que actualmente corresponde a 632 euros, vão ter um aumento extraordinário até dez euros durante o próximo ano. Ou seja, depois da actualização legal (que deverá ser de 1,7%) em Janeiro, vai ser acrescentado o que falta até chegar a esse valor, no mês de Agosto, com excepção das pensões que sofreram aumentos entre 2011 e 2015, cujo aumento extraordinário será de seis euros, como no ano passado.

Extracto de «Posição conjunta do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda sobre solução política» (Anexo I). 10 de Novembro de 2015 CréditosAbrilAbril /

Mas no início da actual legislatura, nos finais de 2015, esta não era uma realidade assumida pelo Governo do PS nem pelo BE, já que os dois partidos acordaram o simples descongelamento das pensões e a aplicação da lei, como consta no anexo da posição conjunta que subscreveram.

Calculámos o que teria acontecido sem que a as pressões para que o aumento extraordinário acontecesse e comparámos com o que aconteceu este ano e o que se prevê que aconteça no próximo.

Usando quatro exemplos – pensões que em 2015 eram de 261,95, 300, 450 e 600 euros –, conclui-se que a simples actualização automática garantia uma subida entre 6,86 euros, para a mais baixa, e 15,70 euros, para a mais alta, entre 2016 e 2018.

Com o aumento extraordinário de 2017 e 2018, os pensionistas vão chegar ao fim do próximo ano com um aumento entre 13,05 e 22,81 euros por mês. O que vão ganhar a mais com a medida oscila entre 6,19 e 13,35 euros mensais – no caso de um pensionista que ganhava 300 euros em 2015, são mais 186,90 euros por ano.

Para o exemplo mais baixo (261,95 euros, correspondente à pensão mínima do regime contributivo), o aumento extraordinário de 2017 e de 2018 é de seis euros, já que estas sofreram aumentos durante os anos do anterior governo.

Solução acordada entre PS e BE não permite recuperação de pensões

A aplicação da lei que regula a actualização automática das pensões, gizada pelo actual ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, que já ocupava a pasta em 2006, só garante a manutenção do poder de compra para as mais baixas. Para que cresçam acima da inflação é preciso que a economia suba 2% ao longo de oito trimestres consecutivos – dois anos.

Essa circunstância nunca se confirmou até este ano e o próximo deve ser o primeiro em que a lei do anterior governo do PS vai resultar numa subida real das pensões mais baixas. Com o anterior governo do PSD e do CDS-PP, as pensões foram congeladas, à excepção das mínimas, que ainda assim sofreram uma ligeira desvalorização real.

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