O voto de pesar, aprovado por unanimidade, recorda que Roland Weyl foi presidente honorário da Associação Internacional de Juristas Democratas (AIJD) e que, depois de ter ingressado na Ordem dos Advogados de Paris em 1939, ficou «proibido de exercer a profissão durante a ocupação nazi».
O jurista foi membro da Resistência, aderiu ao Partido Comunista Francês em 1946 e «empenhou-se também no Movimento da Paz francês, a cujo conselho nacional pertenceu», pode ler-se na texto.
Roland Weyl é assim recordado como um «cidadão politicamente interventivo. Foi fundador e dirigente da Associação Internacional de Juristas Democratas em 1946. Grande parte da sua actividade profissional foi dedicada à defesa política de militantes políticos, sindicais e anti-coloniais».
Nesse percurso, o jurista francês prestou apoio e solidariedade aos presos e exilados políticos portugueses durante o fascismo, tendo, em 1962, assistido ao julgamento de Octávio Pato perante o tribunal plenário, o que o motivou a apresentar um relatório à Conferência dos Países da Europa Ocidental pela Amnistia aos Prisioneiros e Exilados Políticos Portugueses.
Nesse documento «denunciou as incidências ocorridas no referido julgamento e a ausência de liberdade dos advogados para defender os presos políticos», explica-se na nota.
Recentemente, em 2018, perto dos seus 100 anos, veio a Lisboa participar na reunião do Bureau da Associação Internacional de Juristas Democratas, realizada a par de uma Conferência Internacional comemorativa dos 50 anos dos dois Pactos Internacionais de Direitos Humanos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.