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Utentes preocupados com a transferência da Carris

Perante o anúncio da transferência da gestão da Carris para a Câmara de Lisboa, a Comissão de Utentes dos Transportes mostra-se apreensiva. Afirma que a autarquia não tem capacidade para assegurar a gestão e receia que a transferência sirva de antecâmara da privatização da empresa.

 «Vão sendo retiradas carreiras sem qualquer justificação», denuncia Cecília Sales
Os utentes interpretam como «promessas» as medidas anunciadas ontem para a CarrisCréditos / Wikimedia Commons

O memorando prevê que a partir do próximo dia 1 de Janeiro a gestão da empresa de transportes rodoviários de Lisboa passe a ser gerida pelo município. Durante a sessão realizada ontem, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, o seu sucessor na Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou tarifários mais vantajosos para idosos e para os mais jovens, assim como um conjunto de 21 novas «redes de bairro» (carreiras circulatórias) e de sete novos corredores para transportes colectivos.

Cautelosa, Cecília Sales, da Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa (CUTL), reserva para o futuro a avaliação destas «promessas». «A nossa preocupação aumentou com este anúncio, vamos ver a partir de Janeiro», diz.

As reservas justificam-se pelo silêncio da autarquia até aqui. «Tivemos por exemplo a campanha de 20 dias de luta para combater a degradação do serviço prestado pelo Metro de Lisboa e a Câmara manteve-se silenciosa até ontem, em que anunciou este acordo», denuncia. Silêncio não só perante os utentes, mas também perante o executivo do município, como denunciou ontem também o vereador comunista, João Ferreira.

Por outro lado, Cecília Sales acrescenta que o presidente não falou da degradação da rede da Carris e a dúvida é se o investimento previsto vai contribuir para melhorar o serviço prestado pela empresa. «Pensamos que não é a Câmara Municipal que vai compensar estes anos todos de desinvestimento», defende.

Embora reconheça que as medidas são em si positivas e há muito reivindicadas, nomeadamente as carreiras circulatórias nos bairros, esta representante da CUTL ressalva que a Carris «deve manter-se no sector empresarial do Estado, com o financiamento adequado que não teve nos últimos anos».

«O Estado está a fugir às responsabilidades»

Entre os opositores da medida surge também Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, que alerta para o cenário da falta de financiamento enquanto ameaça à gestão pública da empresa, e ao serviço prestado à população.

Teme que o Estado se desresponsabilize da gestão dos transportes públicos e defende que tanto as empresas como os utentes só têm a ganhar com uma gestão metropolitana de transportes.

Bernardino Soares acrescenta ainda que «o Governo tinha que ter tido, no mínimo, a decência de contactar com todos os outros municípios dizendo que a sua intenção era atribuir a gestão da empresa à Câmara de Lisboa, ouvindo os outros municípios».

Luta do Metro chega ao Parlamento

No seguimento da campanha de 20 dias de luta contra a degradação do serviço prestado pelo Metro de Lisboa, a tribuna pública que a CUTL realizou ontem na estação do Campo Grande reuniu cerca de 100 utentes e deu voz a todos os que quiseram denunciar os problemas gerados pela falta de trabalhadores, de investimento na manutenção, de acessibilidades, de carruagens e até mesmo de bilhetes.

A iniciativa serviu também para anunciar uma ronda de audiências que se inicia amanhã com os grupos parlamentares do PCP e do PSD. O pedido, que se estendeu aos restantes grupos parlamentares, foi também enviado para a Câmara de Lisboa e para a administração do Metro.

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