O acórdão, anunciado na tarde de ontem, repetiu a absolvição dos três membros do conselho de administração de uma sociedade responsável pelo tratamento dos resíduos tóxicos, e dos três responsáveis de sociedades que geriam, à altura, as antigas minas de carvão de São Pedro da Cova, em Gondomar.
O processo, que se arrasta há 20 anos, foi retomado depois de um recurso movido pelo executivo da freguesia, e que resultou na sua reabertura e nesta nova sentença. Entretanto, a Junta de Freguesia divulgou um comunicado em que anuncia que tornará a «recorrer da sentença e continuará a lutar no que estiver ao seu alcance para que o maior crime nacional não fique sem culpados».
À margem do procedimento judicial, continuam parados os procedimentos para a remoção das últimas 150 toneladas de lixo tóxico depositados nas minas e que, nas últimas semanas, voltaram a ser suspensos, desta vez devido à descoberta de material explosivo na zona.
A Junta insiste na necessidade de se proceder a uma avaliação do impacto ambiental que a presença deste tipo de resíduos terá deixado ao longo de tantas décadas, avaliando se não terá existido, ou persistirá, contaminação dos solos e dos lençóis freáticos circundantes. Outra das exigências da população é o pagamento de uma compensação pelos muitos anos em que se viu forçada a conviver com este crime ambiental.
Foi também anunciada a intenção da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova de pedir uma audiência, com carácter de urgência, ao Ministério do Ambiente e à Comissão Parlamentar do Ambiente, assegurando que vão «continuar a lutar para que seja feita justiça aos sampedrenses».
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