«São a favor ou contra as portagens na A23 e na A13?», questionam os utentes

Num comunicado contundente, os utentes questionam se os partidos da governação estão realmente contra as portagens na A23 e na A13. A preocupação surge após a percepção de que várias medidas, não anunciadas antes das eleições de 18 de Maio, estão agora em cima da mesa. 

Para as Comissões de Utentes dos Serviços Públicos da Região do Médio Tejo «nunca foi dito que a antecipação dos 2% do PIB em Defesa era para este ano; as mudanças na lei da greve e nas leis laborais não estavam previstas; a revisão da Lei de Bases da Saúde não constava; a ‘extinção líquida de organismos do Estado’ foi omitida; e a revisão da lei para restringir o reagrupamento familiar não existia», o que leva ao receio relativamente às portagens. 

Segundo os utentes, esta situação levanta receios legítimos dada a prática dos partidos do governo. Recorde-se que a abolição das portagens na A23, alcançada a 1 de Janeiro deste ano, foi fruto de uma luta que durou mais de 13 anos. «Sempre acharam injusto em termos sociais, económicos e na organização do território», relembra o comunicado, criticando ainda que «os pórticos não foram desmantelados» e que «os que nunca mexeram uma palha pela abolição das portagens, ainda por aí andam activos e alguns até são candidatos autárquicos». 

Agora, teme-se que, «depois das eleições de 18 de maio passado, parece haver novos enquadramentos» porque «o “não é não” passou a ser muita vez “sim”» para alcançar o poder. Para os utentes, «o próximo orçamento poderá ser uma oportunidade de ouro para quem quer (e sempre defendeu a sua existência) de recolocar as portagens». 

Em carta aberta dirigida aos candidatos do Médio Tejo, as comissões reiteram os objectivos para as populações, destacando «manter a abolição das portagens nas vias estruturantes A23 e A13 e exigir a retirada dos pórticos». O comunicado termina com um desafio directo às candidaturas em Torres Novas: «são a favor ou contra as portagens na A23 e na A13? Estão prontos a defender o desmantelamento dos pórticos?».