A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) revela ao AbrilAbril que o novo preço do passe ferroviário relativo à ligação entre os concelhos da Comunidade Intermunicipal do Oeste e os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, «significativamente mais baixo que em 2019», não vai ser praticado antes da entrada em vigor do Orçamento do Estado (OE) para 2020.
O atraso, revela a comissão num comunicado, tem origem na CP, «que alega não poder praticar o novo desconto antes da entrada em vigor do OE 2020», o que só deverá acontecer no início de Março.
Para a CPDLO trata-se de uma decisão «inaceitável», tanto mais por vir de uma empresa pública, que «tinha a obrigação de dar o exemplo» na aplicação do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos. Segundo o porta-voz da estrutura, Rui Raposo, o atraso, além de não beneficiar os utentes, «que continuam a pagar mais do dobro pelos seus passes», desincentiva a utilização do comboio, em detrimento do autocarro.
O novo desconto fará com que o preço máximo do passe seja de 70 euros, correspondentes a 30 euros do percurso até ao limite da Comunidade Intermunicipal do Oeste e de 40 euros na área da Área Metropolitana de Lisboa.
«Sendo significativa a redução do preço deste passe, o adiamento da sua aplicação representa uma discriminação dos utentes da ferrovia, a exemplo do que aconteceu no ano de 2019, em que os descontos nos operadores rodoviários entraram em vigor em Abril e na ferrovia só em Junho, não tendo sido devolvidas aos utentes, as diferenças nos preços dos meses anteriores», lê-se na nota.
A CPDLO faz saber que já dirigiu um email de protesto ao presidente da CP e reafirmou o pedido de reunião com o ministro das Infraestruturas e Habitação. A par deste assunto, os utentes pretendem obter informações acerca dos concursos para as obras de modernização da Linha do Oeste.
No passado dia 3, também o Grupo Parlamentar do PCP endereçou uma pergunta a Pedro Nuno Santos sobre o atraso na aplicação dos novos descontos.
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