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Lisboetas mais longe da Carris, mesmo após municipalização

A Carris, sob gestão da Câmara de Lisboa, cresceu em 2017. Mas quem usou mais autocarros e, particularmente, eléctricos não foram os residentes e trabalhadores na capital: foram turistas.

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na assinatura do memorando de entendimento com o Governo para a passagem da Carris para a autarquia
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência LUSA

O conselho de administração da Carris, a empresa de transportes que foi entregue pelo Governo à Câmara Municipal de Lisboa no ano passado, assinalou a passagem para os lucros e a inversão da tendência de redução da procura, segundo o Jornal de Negócios.

Esses resultados positivos não significam necessariamente uma melhoria das condições de transporte para quem vive e trabalho na cidade: pelo contrário, tudo indica que estes se afastaram dos serviços da Carris.

O número de passageiros subiu 1,1%, mas o grande crescimento foi nos eléctricos (4,5%). As receitas cresceram, mas só nos títulos ocasionais; nos passes – os títulos usados por quem vive e trabalha em Lisboa –, as receitas descederam 0,9%.

Ao contrário de uma das promessas do Governo e da maioria do PS na autarquia da capital, a municipalização da Carris não teve como consequência uma maior utilização dos seus autocarros pelos lisboetas. Aliás, das 350 novas viaturas prometidas, ainda não entrou nenhuma em circulação: as primeiras devem começar a circular ainda este ano.

Com todo este quadro, os lucros de quase 5 milhões de euros só foram possíveis porque o Estado ficou com a dívida histórica da empresa quando a transmitiu à Câmara de Lisboa. Os rendimentos desceram 16% face a 2016 e foram de menos 14 milhões de euros do que estava previsto para o ano passado.

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