O Hospital de S. Paulo, mais conhecido por Hospital de Serpa, é de enorme relevância para Serpa, concelho do Baixo Alentejo, sendo uma das principais empregadoras desta zona do distrito de Beja. Para além dos serviços hospitalares, o hospital gere unidades de cuidados continuados e um lar de idosos, com cerca de 120 utentes internados.
A instituição presta apoio a cerca de 800 pessoas por dia, empregando perto de 200 pessoas.
PS, PSD, CDS-PP, CH e IL foram os partidos que esta quinta-feira chumbaram a reversão do Hospital de São Paulo para a gestão pública e a respectiva integração no SNS. A votação estavam projectos de resolução do BE, pela reversão da unidade hospitalar para a gestão pública, e do PCP, que além desta recomendava a integração no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Recorde-se que durante o ano passado, e também este ano, a administração do hospital decidiu, unilateralmente, pelo encerramento do serviço de urgência. Motivo que levou os deputados comunistas a realçar que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS) «está claramente a violar os deveres a que está obrigada», sublinhando que existe uma «clara perda de qualidade do serviço prestado e redução do acesso aos cuidados de saúde a que a população tem direito». Para o PCP, «só a gestão pública dos hospitais integrados no SNS cumpre os princípios constitucionais, nomeadamente a universalidade e a qualidade dos cuidados de saúde, independentemente das condições sociais e económicas dos utentes». Neste sentido, apelava a que o Governo revogasse o acordo de cooperação com a Misericórdia de Serpa e revertesse o o Hospital de São Paulo para a gestão pública, garantindo os meios financeiros e recursos humanos adequados para o seu «correcto funcionamento». O BE defendia que a SCMS «deveria garantir, entre outras coisas, o funcionamento de um serviço de urgência básico 24 horas por dia» e que, «como aconteceu noutros casos em que hospitais do SNS foram entregues a entidades semelhantes, os serviços e a assistência prestada ficaram muito aquém das necessidades da população» Ambos os diplomas foram chumbados com os votos contra do PS, PSD, CDS-PP, CH e IL. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Parlamento chumba reversão do Hospital de Serpa para o SNS
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É por ser tão indispensável à população, que os serpenses não se conformam com a gestão privada a que o Governo votou a instituição, «sob a alçada de um acordo [a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS)] que nunca foi cumprido em prejuízo grave das populações», denuncia o Movimento em Defesa do Hospital de S. Paulo.
«Uma parceria, assim lhe chamaram, que nunca funcionou e retirou qualidade e proximidade dos serviços de saúde da população. Expoente máximo da falta de cuidados é o funcionamento, ou falta dele, do serviço de urgência do nosso hospital». Há vários anos que a SCMS encerra, durante largos períodos e de forma unilateral, as urgências em Serpa.
A situação volta, nos dias de hoje, a repetir-se: «temos sabido das dificuldades do pagamento dos salários daqueles que tem sido heróis no assegurar dos serviços sob condições laborais difíceis. Soubemos da retirada de utentes das unidades que funcionam no edifício do hospital. E agora, que nos próximos 15 dias a urgência vai ser praticamente inexistente. Tudo isto debaixo de um secretismo enorme».
O movimento exige que o Governo tome todas as medidas necessárias para a regularização imediata do serviço do Hospital de Serpa. A população considera que «a solução passa pela reintegração plena desta unidade no Serviço Nacional de Saúde».
«Não baixamos os braços e vamos lutar pela permanência do NOSSO Hospital aberto e em pleno funcionamento», afirmam os serpenses, que não se resignam com a situação causada pela SCMS.
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