Em 2024, a nível nacional, o preço da habitação subiu 10,4%, situando-se em 2827 euros por metro quadrado. Estes dados são fornecidos pelo site Idealista que, numa análise à mediana nacional faz um diagnóstico da crise habitacional evidente.
O levantamento, porém, indica-nos que a realidade na Região Autónoma da Madeira é mais preocupante, até tendo em conta que o salário mínimo na Madeira é 915 euros, que 5% da população mais rica detém 58% da riqueza criada na região e a variação média da inflação em 2024 foi de 3,3%, enquanto que em Portugal continental foi 2,4%.
Segundo a plataforma dedicada a arrendar e vender casas, o preço das casas na Madeira subiu 12,6% em 2024, uma diferença de 2,2 pontos percentuais. Para se ter uma ideia da evolução da mediana ao longo dos últimos anos, em Janeiro de 2015, o metro quadrado valia 1130 euros e em Dezembro de 2024 custava 3251 euros.
Numa análise mais actual, no mês de Fevereiro, o preço do metro quadrado na Madeira foi 3260 euros, e segmentando esta avaliação, chega-se à conclusão que os concelhos onde é mais caro morar são o Funchal, com 3528 euros; a Calheta, com 3429 euros; e Câmara de Lobos, com 2632 euros.
Ontem, a CDU realizou uma acção de campanha no Bairro de Santo Amaro, no concelho do Funchal, e o cabeça de lista da candidatura, Edgar Silva, aproveitou o momento para criticar a política de habitação colocada em prática na Região Autónoma, assim como a especulação que esta promove.
«O problema da Região não é a falta de casas no mercado. O problema é a falta de casas que as pessoas possam pagar. Não faltam casas para os investimentos dos fundos imobiliários, Não faltam casas para os 'nómadas digitais' e residentes não habituais com altos salários. Não faltam casas para os 'vistos gold', não faltam casas para transformar em alojamento turístico, mas as pessoas com baixos rendimentos são expulsas das suas casas, os jovens são obrigados a permanecer em casa dos pais, e os trabalhadores com baixos salários são obrigados a viver em condições habitacionais tantas vezes precárias, tantas vezes partilhadas, tantas vezes degradadas, tantas vezes indignas», disse o candidato.
O local escolhido para a caravana da CDU passar, o Bairro de Santo Amaro, é um dos sítios onde muitas famílias construíram casas, depois da cedência de solos, porém os sucessivos governos regionais do PSD ainda não resolveram a cedência plena do direito de superfície, o que deixa cair por terra o direito à habitação.
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