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Câmara de Loures continua «plano de expulsão dos mais pobres do concelho»

A denúncia é feita pelo movimento Vida Justa que dá nota que a Câmara Municipal de Loures, liderada por Ricardo Leão, despejou mais duas pessoas, algo considerado parte de um plano para expulsar os pobres do concelho. 

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Os despejos continuam no concelho de Loures, com o Executivo PS a promover uma política que atenta contra os pobres. O movimento Vida Justa informa que entre os mais recentes despejos está o caso de Aissato, uma mulher que vive há 10 anos na Quinta do Mocho com familiares a seu cargo, incluindo uma criança de 14 anos. 

Neste caso, após a morte do marido de Aissato, o titular do contrato de arrendamento, a renda foi aumentada para 440 euros devido à ausência de documentação. Forçada a emigrar para garantir o sustento da família, mantinha as rendas em dia e regressava mensalmente a Portugal. Apesar disso, a Câmara procedeu ao seu despejo sem qualquer notificação formal.

Outro caso é o de António, de 64 anos, também realojado há uma década após sair do Prior Velho. Diabético e hipertenso, deixou de trabalhar por questões de saúde e não aufere qualquer rendimento fixo. Vivia com dois jovens e uma criança de um ano. Após o aumento da renda de 10 para 400 euros, ficou impossibilitado de pagar e foi despejado sem que a autarquia oferecesse qualquer resposta social ou apoio.

Este dois casos comprovam que por trás de cada número há uma vida e uma história, algo que a Câmara de Loures parece não querer saber. O movimento Vida Justa denuncia que, além da ausência de aviso formal, não estiveram assistentes sociais presentes no local, nem foi disponibilizado transporte ou armazenamento dos pertences das famílias, uma violação direta da Lei de Bases da Habitação. 

Segundo o movimento, estes casos ilustram o padrão adoptado pela Câmara Municipal de Loures, que classifica famílias vulneráveis como «incumpridores» e despeja-as «sem dó nem piedade»-

O comunicado da Vida Justa diz que, Ricardo Leão, tem afirmado que a crise habitacional deve ser resolvida a nível nacional, rejeitando respostas «casuísticas». No entanto, o Executivo não actua com medidas isoladas, mas sim com o objetivo de aumentar artificialmente os números de realojamento sem expandir efectivamente o parque habitacional, nem utilizar fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para esse fim.

«Esta atuação é intolerável e prepara uma catástrofe social. Estamos perante milhares de pessoas que poderão ser deixadas sem teto, incluindo crianças, idosos e doentes. Exigimos responsabilidade social da autarquia», declarou o movimento em comunicado.
 

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