A denúncia não é nova e já no passado mês de Dezembro o Município do Seixal alertava que os alunos validados pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) para os Transportes Escolares – Circuitos Especiais, para o ano lectivo 2023-2024, não estavam a ser transportados porque o Governo «não adoptou as medidas necessárias» para ultrapassar as dificuldades atempadamente identificadas pelos diretores das escolas e agrupamentos, e pela autarquia.
Desde o início do presente ano lectivo que a autarquia «informou o Governo que, para a concretização dos serviços de transportes especiais, era necessária a verba de 687 212,65 euros, pelo que os 414 511,00 euros que constavam no mapa inicial de despesa para os Transportes Escolares – Circuitos Especiais eram insuficientes. Acontece que o Governo, em vez de reforçar a verba para os transportes especiais, pelo Despacho n.º 7538-B/2023, de 19 de Julho, reduziu a mesma em 63 718 euros», lê-se numa nota da Câmara do Seixal, do passado dia 9. A decisão do Governo, acrescenta, impediu que, no início do ano lectivo, os agrupamentos de escolas Terras de Larus, Pedro Eanes Lobato, Paulo da Gama, Nun'Álvares, João de Barros e a Escola Secundária de Amora, com um total de 100 crianças com necessidades especiais, pudessem abrir os concursos para os circuitos especiais de transportes.
Em Janeiro deste ano, «mantendo-se a situação de incumprimento», o executivo da Câmara Municipal do Seixal resolveu assumir a responsabilidade financeira que, frisa, «não é sua», tendo recorrido ao orçamento municipal de 2024 para transferir para os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas as verbas suficientes para se desenvolveram os procedimentos para o transporte dos alunos com necessidades educativas específicas e com mobilidade reduzida.
Entretanto, está a decorrer um abaixo-assinado a reivindicar o «direito ao transporte (e à educação) dos alunos com necessidades educativas específicas com mobilidade reduzida» e outras, que será entregue ao presidente e deputados da Assembleia da República e ao ministro da Educação. Subscrito por encarregados de educação, profissionais, autarcas e população do concelho do Seixal, o documento exige que o Governo cumpra a transferência das verbas necessárias.
A Câmara do Seixal regista ainda que, desde o início do processo de transferência de competências para as autarquias, tem alertado para a insuficiência das verbas transferidas para a gestão destes circuitos especiais de transporte, que continuam a ter por base a informação dos mapas com os montantes financeiros relativos ao exercício anual de 2018.
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