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UNICEF: 69 milhões de crianças podem morrer até 2030 de causas evitáveis

A manterem-se as tendências actuais, a UNICEF estima que, até 2030, 69 milhões de crianças com menos de cinco anos morram devido a causas evitáveis, 167 milhões vivam na pobreza e 750 milhões de mulheres tenham casado sendo ainda menores.

Pese embora alguns progressos referidos, os dados apontados pela UNICEF não são muito animadores
Pese embora alguns progressos referidos, os dados apontados pela UNICEF não são muito animadoresCréditos

No relatório «Situação Mundial da Infância 2016», publicado dia 28, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) considera que dificilmente serão cumpridos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, cuja concretização tem como data-limite o ano de 2030, a menos que o mundo dê maior atenção à situação das crianças mais desfavorecidas e que «os governos, os doadores, as empresas e as organizações internacionais acelerem os esforços para responder às suas necessidades».

O país, a comunidade, o género ou as circunstâncias em que nascem são elementos que podem destruir as vidas de milhões de crianças, afirmou Anthony Lake, director-excutivo da UNICEF, sublinhando que, «antes de terem respirado pela primeira vez, as opções de vida das crianças pobres e excluídas são frequentemente modeladas pelas desigualdades».

«Recusar a centenas de milhões de crianças a igualdade de oportunidades não só ameaça o seu futuro, alimentando ciclos intergeracionais de discriminação, como compromete o futuro das suas sociedades», alertou Lake, acrescentando que «temos uma escolha: investir agora nestas crianças ou permitir que o nosso mundo se torne ainda mais desigual e dividido».

Progressos, mas nem justos nem uniformes

De acordo com o relatório, foram alcançados progressos significativos ao nível da sobrevivência das crianças, da educação e da luta contra a pobreza. Assim, as taxas de mortalidade de menores de cinco anos baixaram para menos de metade desde 1990, a paridade entre rapazes e raparigas no que respeita à frequência do ensino primário é uma realidade em 129 países, e o número de pessoas que vivem na pobreza extrema é quase metade do que era nos anos 90.

Contudo, este progresso não foi uniforme nem justo, na medida em que as crianças mais pobres têm duas vezes mais probabilidades de morrer antes dos cinco anos e de sofrer de subnutrição crónica do que as crianças mais ricas; no caso das raparigas de famílias mais pobres, existem 2,5 mais probabilidades de se casarem na infância que as raparigas de famílias mais ricas.

Entre as regiões mais problemáticas do planeta está a África Subsariana, onde 247 milhões de crianças, ou seja, duas em cada três vivem na pobreza, privadas do que precisam para sobreviver e se desenvolver. As crianças desta zona do mundo têm dez vezes mais probabilidades de morrer antes de completarem os cinco anos de idade; esta região concentra nove de cada dez crianças que vivem em situação de pobreza extrema.

O papel fundamental da educação

A UNICEF sublinha que, apesar de a educação desempenhar um papel crucial na quebra dos ciclos intergeracionais de desigualdade, o número de crianças que não frequentam a escola aumentou desde 2011; a isto soma-se o facto de uma parcela significativa das que estão na escola não conseguirem aprender.

Actualmente, cerca de 124 milhões de crianças não frequentam o ensino primário ou o primeiro ciclo do secundário e quase duas em cada cinco que terminam o ensino primário não aprenderam a ler, escrever ou a fazer operações aritméticas simples, aponta o relatório, que prevê que, em 2030, haja 60 milhões de crianças fora dos sistemas de ensino, praticamente o mesmo número dos dias de hoje.

O relatório salienta que, em média, cada ano de escolaridade que uma criança frequenta se traduz num aumento de cerca de 10% dos rendimentos que aufere na idade adulta; em média, as taxas de pobreza de um país diminuem cerca de 9% por cada ano de escolaridade que os jovens completam.

A UNICEF defende que a «desigualdade não é inevitável nem insuperável», num documento em que considera que obter melhores dados sobre as crianças mais vulneráveis e aplicar soluções integrais aos desafios que enfrentam são medidas importantes para fazer frente aos problemas e promover a igualdade de oportunidades para todas as crianças.

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