Desde o início da greve, os trabalhadores da fábrica localizada em Sriperumbudur (distrito de Kanchipuram, no Sul da Índia) têm enfrentado ameaças da administração e das forças de segurança, tal como denunciado pelo Centro de Sindicatos Indianos (CITU).
Há pouco mais de uma semana, a central sindical afirmava que 90% dos 1723 trabalhadores estavam em greve, que é liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Samsung Índia (SIWU, na sigla em inglês); mesmo num contexto de repressão e aliciamento denunciados, agora participam na greve mais de 1300.
Uma das reivindicações prende-se com o direito à sindicalização e o reconhecimento do SIWU por parte da Samsung, cuja filial na Índia foi criada em 2007 e opera desde então sem reconhecer o sindicato, indica o Peoples Dispatch.
A paralisação na fábrica de Sriperumbudur – uma das duas que a empresa tem na Índia – começou no passado dia 9 de Setembro, depois de a administração não ter respondido ao aviso de greve lançado pelo sindicato em Agosto.
Outras reivindicações prendem-se com a redução da jornada laboral, o aumento de vários subsídios e a equiparação dos salários dos trabalhadores com as mesmas qualificações e funções.
Os trabalhadores, que denunciam «maus-tratos e discriminação» por parte da administração, exigem igualmente que lhes seja permitido dar «uso adequado às suas licenças de trabalho sancionadas».
O CITU, que é uma das maiores centrais sindicais da Índia, acusa a Samsung de não ter respondido às exigências fundamentais dos trabalhadores, incluindo as relativas aos baixos salários. De acordo com a central sindical, a empresa despende «menos de 0,3% do seu valor total de produção anual em custos de mão-de-obra».
O salário mensal dos trabalhadores na fábrica indiana oscila entre 214 e 268 euros, em média, refere o CITU. Mesmo depois de uma década de experiência naquela unidade, a maioria dos trabalhadores ganha menos de 30 mil rupias (321 euros) por mês.
Tácticas para «quebrar a greve»
Depois de, no passado dia 16, mais de cem trabalhadores e dirigentes sindicais terem sido detidos – quando se tentavam manifestar em direcção à sede do magistrado do distrito –, a administração tentou aliciar os trabalhadores com presentes, na semana passada, refere o Peoples Dispatch.
No entanto, com 80% da produção afectada na fábrica, agora ameaça declarar a greve «ilegal», algo que os trabalhadores afirmam carecer de fundamento, tendo em conta que estão a «agir dentro da lei», respeitando os prazos e trâmites que a legislação laboral indiana exige.
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