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Trabalhadores da GT Motive na Galiza em luta por aumentos salariais

Os trabalhadores da GT Motive em Pontedeume realizaram uma greve e uma concentração à porta da empresa, exigindo aumentos salariais que, no mínimo, garantam a manutenção do poder de compra.

Trabalhadores da GT Motive em Pontedeume (Corunha) em greve 
Créditos / CIG

A paralisação desta sexta-feira (das 10h às 15h) e a concentração frente às instalações da empresa em Campolongo (Pontedeume) foram as primeiras acções convocadas pelas organizações representativas dos trabalhadores e terão seguimento nos dias 16 e 17 deste mês se não houver avanços nas negociações, refere a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal.

Miguel Huguet, delegado da CIG, explicou que os salários da maioria dos trabalhadores são «precários», em virtude dos pequenos aumentos estipulados no acordo de referência (o estatal de Artes Gráficas) e das dificuldades económicas que a empresa atravessou.

Isto fez com que, ano após ano, os trabalhadores fossem perdendo poder de compra, «agravando-se a situação com a crise actual e o crescimento imparável do custo de vida», que afecta «em maior medida os salários mais baixos».

Para reverter esta situação e tendo em conta a previsão de que o acordo estatal de Artes Gráficas (em processo de negociação) irá contemplar «aumentos de miséria», as organizações representativas dos trabalhadores em Pontedeume (província da Corunha) iniciaram um processo negocial com a empresa para reivindicar um aumento salarial que lhes permitisse recuperar e manter o poder de compra dos salários.

Esta negociação – refere a CIG – levou a GT Motive a aplicar um aumento para o ano de 2023 que compensa parcialmente o aumento do índice de preços ao consumidor, «mas que significaria consolidar a perda de 5,4% no poder de compra dos dois últimos».

«Não se compreende a recusa da administração»

A este propósito, Miguel Huguet refere que, depois da crise vivida na empresa, em 2021 o grupo Allianz X adquiriu a GT Motive, que «neste momento goza de uma situação económica favorável», pelo que «não se compreende a recusa da administração em aceitar um aumento salarial digno».

As instalações de Pontedeume, entre Ferrol e a Corunha, são as maiores que a empresa possui no Estado espanhol, contando com cerca de 200 trabalhadores.

Segundo indica a CIG, a empresa, do sector das Tecnologias da Informação e Comunicação, e com departamentos de sistemas, documentação e call center, tem uma projecção de vendas muito positiva para os próximos anos, com uma entrada e consolidação forte em diversos países.

Neste sentido, os trabalhadores rejeitam a «atitude miserável» da empresa e prometem manter as paralisações e concentrações até obterem «aumentos salariais dignos» e que lhes permitam fazer frente ao elevado custo de vida.

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