Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério palestiniano da Saúde em Gaza, identificou o jovem morto como Misra Mousa Ali Abu Shallouf, de 15 anos de idade, que foi atingido no abdómen por balas reais disparadas pelos soldados sionistas quando participava num protesto a leste de Jabalia, localizada poucos quilómetros a norte da Cidade de Gaza, segundo informam diversas fontes.
Nas manifestações desta sexta-feira, que contaram com milhares de participantes, pelo menos 66 palestinianos ficaram feridos, incluindo membros dos serviços de saúde. Alguns foram atingidos por balas reais e por balas de borracha, e tiveram de ser transportados para hospitais próximos, refere Al-Qidra, citado pela PressTV e pela HispanTV. Outros manifestantes sofreram efeitos da sufocação com gás lacrimogéneo, que é habitualmente utilizado pelas forças israelitas para reprimir os manifestantes desarmados.
O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) lembra que as manifestações semanais da Grande Marcha do Retorno, iniciadas em 30 de Março de 2018, têm por objectivo exigir o direito dos refugiados palestinianos e seus descendentes a regressarem às terras, na Palestina histórica, de onde foram expulsos em 1948, no âmbito da campanha de limpeza étnica realizada pelas forças sionistas, por ocasião da criação de Israel. Visam, para além disso, exigir o fim do bloqueio de Israel (com a colaboração do Egipto) à Faixa de Gaza, que dura há 12 anos.
De acordo com os dados do relatório sobre Protecção de Civis do UNOCHA (Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários), referentes ao período que vai de 26 de Março a 8 de Abril de 2019, quatro palestinianos, incluindo dois menores, foram mortos pelas forças israelitas no contexto das manifestações da Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza, e 1456 foram feridos, refere ainda o MPPM na sua página.
Em Março último, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou uma resolução em que se condena o «aparente uso intencional de força letal e outra força excessiva» contra os manifestantes civis na Faixa de Gaza, tendo feito ainda um apelo para que os responsáveis sejam levados à Justiça.
Segundo o MPPM, mais de 250 palestinos foram mortos e mais de 23 mil foram feridos pelas forças israelitas desde o início da Grande Marcha de Retorno. A agência Fars News eleva o número de mortos para 282 e o de feridos para 31 mil.
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