A precisar de 316 votos dos deputados do Bundestag para ser eleito chanceler alemão, Friedrich Merz, líder do União Democrata-Cristã (CDU), alcançou apenas 310, ficando aquém do necessário. A situação, sem precedentes, abriu um impasse na Alemanha.
Foi só numa segunda volta que a eleição ficou arrumada, sabendo-se que caso não tivesse acontecido, Merz precisaria apenas de uma maioria relativa numa terceira votação para se tornar o chefe de Governo da maior economia europeia. Havia, no entanto, expectativa, uma vez que a CDU tinha um acordo com o SPD e, ao que tudo indica, este não foi respeitado.
Uma das justificações para a aparente quebra parcial do acordo entre as duas forças políticas pode estar na aproximação da CDU ao partido da extrema-direita, a AfD, que tem provocado uma grande desconfiança face ao rumo que a Alemanha poderá seguir. As políticas migratórias de Merz são vistas como cedências à AfD, e tem desencadeado protestos no país.
A questão ficou agora resolvida, depois do sobressalto inicial, mas os alarmes estão a soar na Alemanha, na medida em que o tal acordo entre a CDU e o SPD parece não ser sólido o suficiente para garantir toda a estabilidade numa Alemanha que está em recessão. O Bundestag tem 630 assentos e estas duas forças têm, em conjunto, 328 deputados, mais 13 do que a maioria.
Importa relembrar que, face às tarifas dos EUA, o novo chanceler alemão, já alertou para uma possível crise internacional, num contexto em que a União Europeia parece estar a voltar-se para consolidar uma relação comercial com a China. Este aspecto, associado à possível dificuldade de exportação para os EUA, coloca sectores estratégicos alemães em causa, o que obrigará a uma readaptação da economia.
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