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|Honduras

A seis anos do assassinato de Berta Cáceres, continua a luta contra a impunidade

O Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas das Honduras (Copinh), de que Cáceres foi co-fundadora, exige que os autores intelectuais do crime sejam levados à Justiça.

Berta Cáceres, dirigente do Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas das Honduras (Copinh), foi assassinada a 3 de Março de 2016
Berta Cáceres, dirigente do Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas das Honduras (Copinh), foi assassinada a 2 de Março de 2016 Créditos / El Salto

Num comunicado emitido ontem, o Copinh lembra que passaram seis anos desde o assassinato de Berta Cáceres, «seis anos desde o início da batalha pela justiça», e, apesar dos «enormes esforços» do organismo, da família de Berta e de organizações internacionais, «a impunidade prevalece».

Em Novembro de 2018, um tribunal de Tegucigalpa, capital das Honduras, determinou a culpabilidade de sete de oito réus julgados como autores materiais do assassinato da ambientalista indígena. Dos sete declarados culpados, três foram identificados como mercenários a soldo e quatro tinham ligações à empresa Desa e ao Exército hondurenho.

O ano passado, em Julho, foi também declarado culpado, como co-autor do assassinato, David Castillo, militar e presidente da Desa, responsável pelo projecto hidroeléctrico contra o qual Cáceres lutava.

Embora valorizando estes avanços, o Copinh defende que a impunidade se mantém enquanto não forem detidos e julgados os autores intelectuais do assassinato, não forem processados os elementos das forças de segurança que perseguiram Berta Cáceres e não for desmantelada a «estrutura criminosa da família Atala Zablah» – accionista maioritária na Desa.

Como o novo governo hondurenho, liderado por Xiomara Castro, se comprometeu a alcançar a justiça para Berta, o Copinh considera que deve ter em conta as exigências que apresenta, entre as quais se conta a investigação dos actos de corrupção por parte de bancos ligados ao financiamento do projecto Agua Zarca.

A este propósito, o Copinh anuncia «acções legais e políticas» contra os bancos que financiaram o projecto hidroeléctrico, uma vez que, sem o seu dinheiro, «não se teriam podido concretizar os ataques ao Copinh e o assassinato de Berta Cáceres».

Criminalização e assassinatos frequentes de quem defende a terra

Dirigente do povo Lenca, Berta Cáceres, opôs-se, com firmeza e ao longo de vários anos, ao projecto hidroeléctrico Agua Zarca, da empresa Desa, pelas graves consequências que traria para a sua comunidade.

Tornou-se uma figura pública conhecida e premiada pela tenacidade na defesa do meio ambiente, e tanto ela como a sua família foram alvo de inúmeras ameaças – uma parte da sua família teve de sair do país centro-americano.

Berta Cáceres acabaria por ser assassinada a 2 de Março de 2016, em sua casa, em La Esperanza, no departamento hondurenho de Intibucá. De então para cá tornou-se um símbolo da luta das mulheres, dos indígenas, dos povos contra o capitalismo, mas também contra a impunidade do crime a que o seu nome surge associado.

Num cenário marcado pela intensificação dos ataques aos territórios indígenas e pela multiplicação das concessões às empresas privadas para a exploração – sobretudo após o golpe de 2009, apoiado pelos EUA –, a dirigente do povo Lenca integra uma extensa lista de líderes indígenas, camponeses, defensores dos direitos humanos e ambientais assassinados no país centro-americano.

Por ocasião do primeiro aniversário do assassinato de Cáceres, o Copinh lembrava, em comunicado, que «já houve muitos e muitas outras Bertas» nas Honduras.

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