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Assassinado mais um dirigente camponês nas Honduras

Esta terça-feira, o líder camponês José Ángel Flores foi morto a tiro por encapuçados no escritório do «Movimiento Unificado Campesino del Aguán» (MUCA), a que presidia, na comunidade de La Confianza, departamento hondurenho de Colón.

Repressão do Exército das Honduras sobre os camponeses
Repressão do Exército das Honduras sobre os camponesesCréditos / Diário da Liberdade

Neste ataque, que se vem juntar a uma extensa lista de assassinatos de dirigentes camponeses, defensores dos direitos humanos, activistas ambientais e líderes indígenas no país centro-americano, ficou ferido Silmer Dionisio George, que veio a falecer num hospital da localidade de Tocoa, refere a AVN.

Yoni Rivas, porta-voz do movimento ao qual Flores pertencia, disse sentir-se «preocupado e vulnerável», tendo em conta o facto de que há poucos meses veio a público uma lista de várias páginas com nomes de trabalhadores rurais, entre os quais dirigentes do MUCA, que seriam assassinados por grupos paramilitares.

José Ángel Flores já tinha sido ameaçado por diversas vezes e gozava de protecção especial decretada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. No dia 11 deste mês, o Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas das Honduras (Copinh) – cujo coordenador, Tomás Gómez, sofrera um atentado com armas de fogo dois dias antes – exigiu o fim da perseguição e dos assassinatos no Vale de Aguán, referem a TeleSur e o Diagonal.

Numa nota, a organização Soldepaz Pachakuti, referida pelo periódico Diagonal, afirma que, pouco depois do assassinato, «o embaixador dos Estados Unidos nas Honduras, James Nealon, se apressou a enviar mensagens de condenação, reclamando “uma investigação imediata e exaustiva”».

A mesma organização, que considera «curiosa» essa atitude, recorda «o envolvimento dos EUA no golpe de Estado contra [o presidente Manuel] Zelaya», bem como o «protagonismo directo» que nele assumiu a actual candidata às eleições presidenciais norte-americanas Hillary Clinton.

Esse golpe está na base de «novos ataques aos direitos humanos, também no Vale do Aguán, onde as organizações camponesas tentam recuperar, há dezenas de anos, as terras que lhes foram arrebatadas pelos terratenentes do óleo de palma», refere a Pachakuti.

Inúmeros crimes contra activistas

O assassinato de Flores vem juntar-se aos muitos que tem sido perpetrados nas Honduras contra dirigentes camponeses, líderes indígenas, defensores do meio-ambiente e dos direitos humanos. Entre estes contam-se o de Berta Cáceres, defensora de direitos humanos e activista ambiental, líder indígena e coordenadora do Copinh, que foi assassinada por desconhecidos em sua casa, a 3 de Março último, em La Esperanza (departamento do Intibucá).

Quatro meses depois, a 6 de Julho, foi morta outra destacada dirigente comunitária, Lesbia Yaneth Urquía, de 49 anos, também ligada ao Copinh, encontrada sem vida em Marcala, no departamento de La Paz. Esta organização responsabilizou o governo das Honduras pelo assassinato, que qualificou como «feminicídio político», para «calar as vozes das mulheres que, com coragem e valentia, defendem os seus direitos contra o sistema patriarcal, racista e capitalista que está a levar à destruição do nosso planeta».

Tendo como base os números divulgados pelo Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas das Honduras, a TeleSur afirma que este país é o mais perigoso para os activistas defensores do meio-ambiente e que a violência aumentou após o golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya, em 2009.

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