O relatório «Confrontar a Desigualdade de Carbono», elaborado pela Oxfam (organização internacional presente em mais de 90 países que procura soluções para a pobreza e a desigualdade), teve por base um trabalho de investigação do Stockholm Environment Institute sobre as emissões associadas ao consumo de grupos com diferentes rendimentos entre 1990 e 2015.
Segundo o documento, estima-se que, no mundo, no período entre 1990 e 2015, as emissões anuais de GEE cresceram quase 60%, tendo as emissões acumuladas duplicado. E revela-se também que são os 10% mais ricos do mundo (630 milhões de pessoas) os responsáveis por 52% das emissões de carbono. Ao passo que os 50% mais pobres do planeta (3,1 mil milhões) apenas emitiram 7% destes gases.
No quadro da União Europeia (UE), o estudo anuncia que os 10% mais ricos têm aumentado as emissões de GEE. Ou seja, o registo das reduções de GEE são resultado dos esforços dos cidadãos com rendimentos médios e baixos. De facto, os europeus mais pobres reduziram as emissões em 24% e os europeus com rendimentos intermédios reduziram em 13%.
Regista-se ainda uma grande desigualdade no que respeita às emissões de GEE dentro dos estados-membros da UE e entre eles: os 10% mais ricos de países como a Alemanha, Itália, França e Espanha (quase 26 milhões de pessoas), chegam a produzir a mesma quantidade de emissões que a população de 16 países da UE, com cerca de 85 milhões de pessoas.
No que concerne a Portugal, os dados referentes ao ano de 2015 assinalam que os 5% mais ricos foram responsáveis por 20% das emissões de GEE, ao passo que os 5% mais pobres só produziram 0,6% destas emissões.
Numa comparação per capita, entre Portugal e Suécia e França, resulta que o País tem das emissões mais baixas da Europa, o que se deve a factores como um maior uso de energias renováveis ou um menor uso de energia para aquecimento e arrefecimento das casas.
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