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Rio de Janeiro regista recorde de mortes por agentes policiais em 2019

Até Outubro, 1546 pessoas foram mortas por polícias no estado brasileiro, o maior número registado desde 1998, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

Em 2019, o estado do Rio de Janeiro bateu o recorde de mortes provocadas por agentes policiais, em consonância com a política do governador, Wilson Witzel, do Partido Social Cristão
Em 2019, o estado do Rio de Janeiro bateu o recorde de mortes provocadas por agentes policiais, em consonância com a política do governador, Wilson Witzel, do Partido Social Cristão Créditos / uol.com.br

Mesmo sem os dados relativos aos dois últimos meses deste ano, a contagem oficial do ISP revela que o número de pessoas mortas por polícias no estado do Rio de Janeiro até ao fim de Outubro último – 1546 – é o maior desde o início da série histórica, em 1998, e que ultrapassa o registo de todo o ano de 2018, considerado o maior até então, com 1534 mortes provocadas por agentes da Polícia.

De acordo com os dados agora divulgados, a Polícia no estado do Rio de Janeiro mata, em média, cinco pessoas por dia. Uma em cada três mortes violentas ocorridas este ano no estado foi provocada pelas forças policiais.

O Brasil de Fato afirma que estes dados estão em consonância com a política adoptada na área da segurança pública pelo governador do estado carioca, Wilson Witzel (Partido Social Cristão), que «já declarou em diferentes ocasiões defender o "abate de criminosos"».

Em Setembro último, o governador voltou a abordar a questão, afirmando que os criminosos «serão caçados nas comunidades» e que «aqueles que não se entregarem, não tirarem o fuzil do tiracolo serão abatidos».

A chamada política de segurança pública do governo estadual carioca, que alega a necessidade de «mão dura» com os traficantes de drogas nas favelas para justificar as operações e os patrulhamentos policiais, tem sido alvo de críticas constantes por parte de moradores e diversos organismos, como a Ordem dos Advogados do Brasil, que afirmam que tal política «erra o alvo», é «uma farsa» e «uma política racista do estado». Para denunciar a violência policial, organizações sociais e populares das favelas criaram recentemente a associação «Parem de nos matar».

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro defende que a Lei determina a protecção da vida e afirma que as mortes têm de ser investigadas. «Os casos de letalidade por policiais precisam ser aqueles casos absolutamente extremos, onde não há nenhuma outra alternativa», observou em Setembro o defensor público, Pedro Strozenberg, citado pelo portal DW.

O relatório «Retratos da Violência – Cinco meses de monitoramento, análises e descobertas», lançado este mês e produzido pela Rede de Observatórios da Segurança em cinco estados – Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo –, também traz dados preocupantes para o Rio de Janeiro.

De acordo com o estudo, em cinco meses de acompanhemento diário, a Rede registou mortos e feridos em 28% das acções policiais. Ainda segundo o relatório, o Rio de Janeiro destacou-se pelo carácter letal das intervenções policiais: 49% das acções monitorizadas tiveram vítimas. O número é muito mais elevado do que nos demais estados em causa: Bahia, 12%; São Paulo, 11%; Pernambuco, 5%; Ceará, 3%.

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