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|Uruguai

Reclamam no Uruguai acesso a arquivos militares da ditadura

A associação Mães e Familiares de Uruguaios Presos Desaparecidos reclamou, terça-feira, o acesso a arquivos militares recentemente encontrados e com informação sobre actividades repressivas na ditadura.

Milhares de pessoas participam na Marcha do Silêncio celebrada em 2019, em Montevideu CréditosSarah Yanez-Richards / EPA

No fim-de-semana passado, o Ministério uruguaio da Defesa revelou que tinham sido encontrados arquivos militares com informações sobre a repressão, na base de artilharia número cinco de Montevideu, que funcionou como centro de detenção de presos políticos e onde estiveram detidas cerca de 100 pessoas.

De acordo com diário El País, a que a agência Prensa Latina faz referência, as informações, posteriores ao golpe de Estado de 1973, estão contidas em cinco livros e dois dossiês, e dizem respeito a ordens e investigações de pessoas, ao Serviço de Informação e Defesa (SID) e ao Órgão Coordenador de Operações Anti-subversivas (OCOA).

Referiu a mesma fonte que os documentos, previamente digitalizados, iriam ser entregues, ainda ontem, ao presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e ao ministro da Defesa, Javier García, bem como ao procurador-geral, Jorge Díaz, e à Instituição Nacional de Direitos Humanos (INDH).

Cabe-lhes verificar a importância dos escritos encontrados, que abrangem o período entre 1972 e 1976, para ligar nomes, operações ou investigações e proceder da forma que entenderem adequada.

Para Elena Zaffaroni, uma das dirigentes da associação Mães e Familiares de Uruguaios Presos Desaparecidos, os documentos encontrados confirmam que, desde o regresso à democracia, em 1985, «a informação existe», sendo que «continua espalhada por todos os quartéis que operaram durante a ditadura».

Zaffaroni defendeu que as Forças Armadas têm de mudar de atitude e exigir às suas unidades que «façam aparecer tudo quanto permita chegar ao fundo» do passado recente e fazer justiça.

A revelação destes documentos agora encontrados ocorreu 11 dias antes do 20 de Maio, data em que habitualmente se realiza a Marcha do Silêncio, para reivindicar a verdade sobre o paradeiro dos presos desaparecidos e o que se passou na ditadura. Este ano, a marcha terá um formato virtual, devido à incidência da pandemia de Covid-19.

Arquivos militares estão a ser avaliados

O procurador-geral do Uruguai, Jorge Díaz, revelou que os documentos militares sobre a ditadura contêm informação valiosa sobre crimes perpetrados nesse contexto.

Em declarações à imprensa, disse que se apercebeu do facto depois de uma primeira leitura e que a avaliação vai prosseguir, para depois atribuir provas à Procuradoria especializada em crimes contra a humanidade imprescritíveis e a outras autoridades processuais, indica a Prensa Latina.

Por seu lado, o presidente da INDH, Wilder Tayler, referiu-se aos militares reformados que continuam sem comunicar aquilo que sabem sobre o período da ditadura (1973-1985).

Considerou apressado dizer que existe uma mudança de atitude por parte das Forças Armadas, porque, se assim fosse, «fariam um apelo público para que os militares retirados que têm algum tipo de informação a providenciassem voluntariamente e não nos obrigassem a investigá-la», disse.

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