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Quase todos os departamentos hondurenhos livres de analfabetismo

Com a declaração do departamento de El Paraíso como «livre de analfabetismo», sobe para 16 o número de regiões nas Honduras que atingem essa meta, com o apoio de profissionais cubanos.

Em Danlí, a cerimónia de proclamação de El Paraíso como «livre de analfabetismo» contou com a presença do embaixador de Cuba e do ministro hondurenho da Educação Créditos / @SpondaDaniel

Graças ao Programa Nacional de Alfabetização «José Manuel Flores», que utiliza o método cubano «Sim, eu posso», El Paraíso junta-se a outros 15 departamentos do país classificados como «livres de analfabetismo».

Em Novembro do ano passado, apenas quatro dos 18 departamentos hondurenhos estavam nessa situação, mas o executivo liderado por Xiomara Castro apostou forte numa frente que, nas palavras do ministro da Educação, Daniel Sponda, significa fazer «justiça ao povo hondurenho».

A declaração oficial, por parte do governo hondurenho, ficou marcada por uma cerimónia, esta segunda-feira, na Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán, em Danlí (a maior cidade departamental), que contou com a presença do embaixador de Cuba nas Honduras, Juan Loforte.

«Fez-se o milagre, quase meio milhão de hondurenhos aprenderam a ler e escrever com este programa», frisou Loforte ao intervir no evento, sem deixar de aludir ao facto de que a proclamação de El Paraíso como território alfabetizado tinha lugar no mesmo dia em que a Ilha homenageava o «mais universal dos cubanos, o educador de educadores e professor de professores», o herói da independência de Cuba José Martí.

Para o diplomata cubano, o impacto da iniciativa dinamizada pelo executivo de Castro «ver-se-á nos próximos anos e será avassalador», já que implica a «dimensão incomensurável» de integrar «mais de 500 mil hondurenhos na vida social, económica e política».

Loforte destacou ainda o facto de as Honduras se irem tornar em breve o quarto país da América Latina a declarar a sua população livre de analfabetismo – facto pelo qual louvou o trabalho de Xiomara Castro, do titular da pasta da Educação, dos cerca de 15 mil alfabetizadores no terreno e da brigada educacional cubana.

Caminho ainda para fazer

Com a aplicação do método de ensino cubano «Sim, eu posso», no passado dia 13 foi o departamento de Ocotepeque a ser declarado livre de analfabetismo. O objectivo do governo hondurenho é fazer com que os 18 departamentos do país fiquem nessa situação (com uma taxa de analfabetismo inferior a 4%, de acordo com a classificação estabelecida pela Unesco).

Desta forma, o executivo de Castro pretende garantir o direito à educação às camadas mais vulneráveis do país, frisando que o processo de alfabetização abre portas a novas oportunidades, melhora a qualidade de vida e torna as comunidades mais fortes.

Acabar com o analfabetismo, com a ajuda de educadores cubanos

A presença de educadores cubanos nas Honduras é subsequente à assinatura de um acordo por responsáveis de ambos os países, em 2022, visando a implementação do método «Sim, eu posso», a erradicação do analfabetismo do país e o reforço do sector da Educação – uma das prioridades expressas pelo executivo liderado por Xiomara Castro.

Numa entrevista à Prensa Latina em Dezembro desse ano, o ministro hondurenho da Educação lembrou que uma primeira brigada de docentes da Ilha havia chegado ao país em 2006, quando «estivemos, então, a escassos três meses de declarar o país livre de analfabetismo».

«Lamentavelmente, a extrema-direita fez um golpe de Estado contra o governo do então presidente Manuel Zelaya (2006-2009), mas a missão cubana de então deixou os índices de analfabetismo quase abaixo dos 6%», referiu.

De acordo com dados oficiais, em 2022 – ano em que Xiomara Castro assumiu a presidência –, mais de 700 mil pessoas não sabiam ler nem escrever nas Honduras.

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