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|Reino Unido

Minorias no Reino Unido sofrem «níveis elevados de abuso», aponta investigação

As minorias étnicas no Reino Unido sofrem níveis de abuso «extremamente altos», revela uma pesquisa sobre igualdade racial realizada pelas universidades de St Andrews, Manchester e King's College, Londres.

Manifestação contra o racismo, em Londres, em Março de 2022 
Manifestação contra o racismo, em Londres, em Março de 2022 Créditos / theguardian.com

O trabalho, considerado um dos mais abrangentes sobre o tema no Reino Unido em décadas, foi dirigido por Nissa Finney, professora de Geografia Humana em St Andrews. Nele se revela que mais de um terço das pessoas pertencentes a grupos minoritários sofreram humilhações e ataques físicos.

O estudo, que integra o volume Racismo e Desigualdade Étnica em Tempos de Crise – apresentado esta semana –, foi elaborado ao longo de dois anos, tendo constatado a elevada prevalência da desigualdade e da discriminação racial em áreas como o trabalho, a educação, a habitação e a interacção com a Polícia.

Neste sentido, o projecto conclui que a «Grã-Bretanha não está perto de ser uma sociedade racialmente justa» e insta o executivo britânico a lidar com aquilo a que chama «desigualdades étnicas substanciais» encontradas em diversas áreas da vida e das instituições do país, afirma The Guardian.

De acordo com a pesquisa, mais de um quarto das pessoas de grupos étnicos minoritários afirmaram ter sofrido insultos raciais; quase um terço disseram ter sofrido racismo num local público; um em cada seis dos entrevistados disse ter vivido situações de segregação por parte dos vizinhos; 17% afirmaram que as suas propriedades sofreram danos em ataques racistas.

Racismo, parte da vida quotidiana

Finney, professora da Universidade de St Andrews que dirigiu o estudo, disse que estes dados mostram que o racismo é «parte da vida quotidiana» das pessoas de minorias étnicas: «O Reino Unido está imensamente longe de ser uma sociedade racialmente justa», declarou, citada por The Gaurdian.

«Os tipos de desigualdade que vemos no nosso estudo não existiriam se tivéssemos uma sociedade realmente justa», frisou.

O estudo, financiado pelo Conselho de Investigação Económica e Social (Economic and Social Research Council), abrangeu mais de 14 mil pessoas de 21 grupos étnicos, incluindo britânicos brancos, que foram entrevistados entre os meses de Fevereiro e Outubro de 2021.

Ainda segundo a pesquisa, considerada a mais abrangente neste âmbito desde 1997, quase um terço (29%) das pessoas de grupos étnicos e religiosos minoritários disseram ter enfrentado racismo nas áreas da educação e do emprego, e quase um quinto viveu algum tipo de discriminação ao procurar casa.

Mais de um quinto destas pessoas afirmaram ter sido discriminadas pela Polícia – 43% no caso de grupos caribenhos negros.

De acordo com o estudo, estes grupos têm maior probabilidade de viverem numa casa superlotada – 60% no caso das famílias ciganas e um quarto das pessoas de origem paquistanesa e árabe.

Também é bem mais provável que estes grupos não tenham acesso a espaço ao ar livre nas suas casas, por comparação com os britânicos brancos.

Halima Begum, directora executiva da organização Runnymede Trust, considerou que os dados da investigação relativos à violência racial são «extremamente preocupantes» e refutou a ideia de que os crimes de ódio com motivação racial estejam em declínio.

«Infelizmente, poucos britânicos das minorias étnicas ficarão surpreendidos com estes dados», acrescentou.

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