|Itália

Migrantes em Itália exigem «justiça, respeito e dignidade»

Contra um «sistema exclusivista e racista», organizações partidárias, sindicais, estudantis e de migrantes em Itália mobilizam-se, esta quinta-feira, por contrato de trabalho, direito à habitação e cidadania.

Trabalhadores migrantes nos campos agrícolas de Itália (imagem de arquivo) Créditos / cartadiroma.org

Num país e num continente cada vez mais mergulhados na economia de guerra, os trabalhadores migrantes respondem fazendo ouvir as suas vozes na jornada de luta convocada para esta quinta-feira, 12 de Junho.

Segundo refere o portal stranieriinitalia.it, trabalhadores e outras camadas populares vão concentrar-se frente às prefeituras (órgãos do Ministério do Interior) em todo o país transalpino. Na capital, o protesto está marcado para a Piazza Santi Apostoli, às 16h30.

Com as mobilizações, os migrantes exigem «justiça, respeito e dignidade», porque – sublinham as entidades promotoras – «contribuem para a economia e a riqueza do país», e continuam a ser alvo de discriminação e exploração, sem terem «os mesmos direitos que todos os outros».

A caminho da greve geral de dia 20 de Junho e da mobilização nacional em Roma no dia seguinte – contra o genocídio do povo palestiniano, em defesa do desarmamento e da paz –, «é hora de dizer basta a um sistema exclusivista e racista», sublinham os promotores.

«Recebemos aqui [os migrantes] para os explorar e enriquecer patrões sem escrúpulos» ou «para garantir assistência a pessoas que já não a recebem de um sistema social cada vez mais privatizado», alertam, denunciando que, em vez de lhes agradecer, «os tratámos como criminosos, delegando às forças policiais a tarefa de "integrar" estas pessoas no nosso país».

Com a jornada nacional de mobilização, exigem a regularização de todos os migrantes; autorização de residência imediata; respeito pelos contratos de trabalho e por um salário digno; direito à habitação e à cidadania, bem como o encerramento dos centros de reclusão – considerados espaços desumanos.

Entre outras entidades, promovem a jornada de mobilização o sindicato USB, o partido Potere al Popolo, diversas organizações estudantis, culturais, solidárias, anti-racistas e anti-imperialistas italianas, e múltiplas associações de imigrantes – como Timbuktu Aps, Association des resortisants Togolais en Italie, Associazione senegalese di Torino, Associazione Maliana di Torino e o Movimento panafricando.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui